As meninas-mulheres-bonecas da artista japonesa Takako Ikehata
Takako Ikehata é uma garota japonesa que depois de participar de uma banda de música eletrônica (Mr. Negative) em Nova York, gravar vários singles, e participar de uma turnê pela Europa, voltou ao Japão e começou a pintar.
Em suas telas, mulheres, multi-coloridas, bonequinhas?, japonesas, ocidentais, um mundo extritamente vibrante, menos otaku? Será? Um pouco maníaco sim, mas com certeza menos submisso. Observando as pinturas de Takako, pensei sobre a condição da mulher japonesa, ainda culturalmente submetida a uma posição inferior ao homem. A mulher japonesa tem que andar um passo atrás dos homens (literalmente) mesmo que os dois compartilhem a mesma posição profissional.
Como será a cabeça de uma jovem japonesa que sai de seu país e depois retorna? Ela será uma estrangeira, inadequada ao homem japonês, as regras de uma sociedade muito tradicionalista? No filme de Masahiro Kobayashi, "Humilhação", é assim - uma garota japonesa, que retorna do Iraque onde foi prestar serviços humanitários e virou refém, é rechaçada por toda a sociedade ao retornar a sua cidade, sofrendo um calvário, porque os japoneses a consideram uma traidora.
O mundo de Takako é tão contemporâneo que não parece caber tal conflito. Como podemos entender melhor este mundo da jovem mulher nipônica sem um olhar cheio de preconceito? Não sei. Continuo olhando as mulheres de Takako Ikehata e acreditando que sou eu e meu mundo que é prá lá de medíocre. Veja mais com seus próprios olhos clicando aqui
(Francesca Azzi)
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