Começaram as listas dos jornalistas (veja no Blog da Ilustrada uma delas, na Veja on Line outra), sugerindo filmes para a Mostra de SP que tem início amanhã, dia 18. A abertura para convidados será com o filme "O Passado" de Hector Babenco.
Além de produzir o cartaz da Mostra com uma foto sua vestido de homem-placa, Babenco declarou hoje em entrevista na Folha ( leia a íntegra aqui ou na Folha impressa) sobre seu filme:
"É meu melhor filme. Fico muito tocado cada vez que o vejo. Fico tão tocado quanto ficava quando via um filme do Kieslowski, quando vi "O Bebê de Rosemary" [Roman Polanski, 1968]; certo tipo de filme que trabalha numa ambigüidade de gênero que você não sabe exatamente o que é, mas sabe que está vendo algo novo", afirma Babenco, explicando o orgulho da própria obra."
Na minha opinião, pelo novo cartaz da Mostra, já dá pra perceber que o cineasta não anda muito bem. Primeiro se estampa numa situação quase constrangedora como homem-placa, depois dá uma declaração desta no jornal, cheia de auto-elogios, fazendo propaganda de si mesmo.
No cartaz, sua foto quer representar um tipo de "performance" pessoal ( diz ele que se inspirou em Jacques Tati...) mas que beira o mal gosto ( já que indiscutivelmente cai na mesma discussão que ele aborda na entrevista do "eu não vou me vender"). Mas a foto do cartaz ao invés de polemizar a questão do cineasta brasileiro (aliás nem brasileiro o Babenco é) - homem-placa que passa o chapéu ou anuncia a si mesmo para produzir seus próprios filmes (ou como ele diz insistentemente "Não vou me improvisar, tentando fazer como o Fernando Meirelles ou o José Padilha. A esta altura do campeonato, não vou me prostituir");deu foi uma tristeza profunda, uma dó de ver o rosto triste deste cineasta. Suas declarações na Folha de hoje só comprovam esta imagem de um homem sem virtudes?
Babenco fala de si mesmo e de seu próprio filme como se fosse "a" obra de arte, "ficar tocado" quando assiste ao próprio filme é uma afirmação mesmo relevante? Até onde vai a sua humildade... ou será apenas uma daquelas doenças senis conhecidas como demência?
Acho que vou sugerir aqui a lista NÃO PERCA SEU TEMPO com filas, ingressos caros e salas cheias de cinéfilos chatos e cineastas pouco ou nada modestos. Talvez o Babenco já seja o número 1 desta.