Persepolis ou Persépolis em português, livro e filme contam a história do Irã sob a perspectiva de uma menina-mulher
A história em quadrinhos da iraniana Marjane Satrapi, radicada na França, que virou um filme de mesmo nome, Persepolis, saiu em livro pela Companhia da Letras no fim do ano passado (com as 4 edições em 1). Os quadrinhos foram best seller na França onde venderam mais de 400 mil exemplares. O filme estreará em breve no Brasil, distribuído pela Europa Filmes. Disputará o Prêmio de Melhor Filme de Animação da Academia (le Oscár) (ao lado de Ratatouille), ganhou prêmio de Melhor filme em Cannes (do Júri)e está apontado no site do Festival de Roterdã ( que termina dia 03 de fevereiro) como um dos favoritos da audiência!
Persépolis, o livro, é uma delícia! Os quadrinhos contam em primeira pessoa, a autobiografia de Marjane, garota iraniana, muito esperta, que tinha 10 anos quando foi obrigada a usar o véu e a frequentar uma escola só de meninas. A diferença de Marjane para as outras crianças da grande maioria dos filmes iranianos ( que aliás, depois deste cinema ter vivido seu grande boom nos anos 90, está agora num total limbo do desinteresse, será por quê?) é que ela nasceu numa família moderna e politizada, em 1979 - ela não só assistiu ao início da revolução que tornaria o Irã este país obscuro, como também participou ativamente, através de sua família, de todos os processos de manifestação contrárias ao Xá e aos regimes xiitas, inclusive o exílio.
A animação (um filme totalmente independente, assinado a 4 mãos por Marjane Satrapi e Vincent Paronnaud que caiu nas graças da Sony Pictures) parece uma adaptação mais do que fiel ao livro de Marjane (apesar dela dizer, no making of, que há muito de Vincent no filme). Graça ao seu humor, a antiga Pérsia ganha uma perspectiva menos melosa, mais humorada e muito mais política. Confira mais no site do filme .
Francesca Azzi