A Aura de Fabián Bielinsky
O diretor argentino Fabián Bielinsky morreu prematuramente num quarto de hotel em São Paulo, em agosto de 2006. Com 47 anos e muito conhecido pelo seu filme "Nove Rainhas", caminhava a passos largos para um futuro promissor. Seu último filme "Aura" já estava lançado e premiado na Argentina e por aqui já estava com distribuição garantida mas com sua morte, tudo parece ter se atrasado. Acabei não conseguindo passar o filme no Indie 2006 e assistindo-o na tevê a cabo ( mais uma vez o payperview se adiantou aos lançamentos no cinema passando filmes inéditos e com capacidade para o mercado). Mas agora, enfim, será lançado pela Europa Filmes.
O filme de Bielinsky fala de certa maneira de uma antevisão "planejada". Ricardo Darín, hoje o mais importante ator argentino, faz um epilético taxidermista que constrói em sua mente crimes perfeitos. Por acaso, o destino colocará em suas mãos a possibilidade de realizar um plano. O filme segue um ritmo tenso, silencioso, sinistro como o personagem Esteban, não é um thriller como explica o próprio Fabián, numa antiga entrevista:
"Cuando fue escrita alrededor de 1984 por un joven ayudante de dirección recién licenciado en la escuela de cine, era un policial, un thriller. Tenía un héroe, y una sólida estructura moral, que incluía la redención, y el sacrificio. Cuando veinte años más tarde el ayudante convertido en director la retomó, todo cambió. El héroe se convirtió en poco menos que lo opuesto, la estructura moral se cayó en pedazos, ya no hay sacrificio posible que redima a nadie. Los años no habían pasado en vano, y de algún modo "El aura" ya no volvería a ser un thriller."
Hoje, dia 12/03, no Espaço Unibanco em SP, uma oportunidade para assistir a "Aura" que será exibido depois do lançamento do livro da jornalista Denise Mota "Vizinhos Distantes" e depois de uma mesa de debates (às 20hs) sobre os temas que envolvem o livro - ("os frutos de uma investigação de seis anos na Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai sobre condições, problemas e perspectivas que atravessam o cinema no Mercosul a partir de 1991. Uma obra composta por entrevistas, análises e dados colhidos junto a profissionais do setor audiovisual").
Francesca Azzi