blogINDIE 2006


Recap Fest 2/5

>> Mais títulos asiáticos aparecerão na Croisette em maio: além dos já anunciados, aparecerão o novo Yoji Yamada, Kabei, o novo Soi Cheang, Shamo (espere crítica sobre o inacreditável filme anterior de Cheang aparecendo na Zeta Filmes semana que vem), Breath de Kim Ki-duk em competição, Mang Shan de Li Yang, Night Train de Diao Yinan, Pleasure Factory de Ekachai Uekrongthan e Young Yakuza, o documentário de Jean-Pierre Limosin (de Os Olhares de Tókio). E o cartaz de My Blueberry Nights, hein?

>> Cagaço coreano: enquanto os ocidentais esperam até meados de outubro para serem aterrorizados cinematográficamente, os coreanos preferem seus peadelos durante as férias. Uma cacetada de filmes de terror produzidos nacionalmente estrearão em julho. São esses os previews: Anonymous Blood, Return, These Two People, M, Moui, Evil Twin, Ghost Story, Hansel And Gretel, The Black House, Epitaph e Maid of Honor. Quem sabe algum desses chega por aqui.

>> Ainda coreanos. Temos notícias sobre uma das duplas cinematográficas masi excitantes dos últimos tempos: Kim Jee-woon e Lee Byung-hun, respectivamente diretor e ator do excepcional A Bittersweet Life (O Gosto da Vingança, oxalá disponível em DVD nacional). Byung-hun acaba de ser contratado para estrelar seu primeiro filme internacional, o longa japonês Hero de Masayuki Suzuki, adaptação de um sucesso da televisão local. Ele interpretará um agente de elite de Busan trabalhando ao lado do detetive japonês interpretado por Takuya Kimura (de Love and Honour, de Yoji Yamada). Um dos maiores sucessos do cinema japonês do ano passado foi a terceira continuação do seriado de TV Bayside Shakedown.

Enquanto isso, Jee-woon já começou a filmar seu aguardado faroeste coreano, The Good, The Bad and The Weird, respectivamente o próprio Byung-hun, Jung Woo-sung e Song Kang-ho. Os três são bandidos na era Chosun que descobre um mapa do tesouro. Eles são perseguidos por soldados do exército de independência nacional que acreditam se tratar dos planos dos japoneses para construir uma ferrovia através do território da Manchúria.

>> Sangue bom: as filmagens da versão live-action do anime Blood: The Last Vampire já estão em andamento, mas as notícias são preocupantes. Desligado do projeto quando as câmeras estavam prestes a rodar, Ronny Yu (dos clássicos The Bride With White Hair e A Noiva de Chucky) foi substituído pelo diretor francês de ação Chris Nahon (O Beijo do Dragão, O Império dos Lobos). No papel principal, a escolha da coreana Jeon Ji-hyun também serviu para aumentar o desconfiômetro sobre o que vai sair desse mafuá.

>> Aguardado por... quem? Uma das grandes polêmicas publicitárias a atingir a Internet nos últimos, hmm... minutos, vários sites de notícias sobre o mundo do entretenimento publicaram uma reportagem similar 30 de abril: o filme mais aguardado na blogosfera não era nem Homem-Aranha 3, nem Piratas do Caribe 3, nem "3 Ninjas 3". Aparentemente, você, eu e os nossos vizinhos não estamos conseguindo nos conter de antecipação para ver... Duro de Matar 4.

Repetindo o ridículo viralismo das notícias pré-fabricadas por assessorias de imprensa, a notícia (que parece ter sido originalmente publicada numa edição da Variety) contém a indispensável informação de que uma busca ("interna") provou que o número de blogues que referem-se ao título "Duro de Matar $, ops... 4" (maldito Caps Lock) é superior ao número que se referem a qualquer outro filme já feito na história da humanidade.

Típico caso de "Oh, Don Piano", ou seja, a não-notícia por excelência, o texto da Variety e de todos os outros sites que repercutiram a vazia nota foram devidamente esculachados por vários sites de cinema (CHUD, Movie City News, etc.), transformando "Duro de Matar 4" no título ao qual os blogues mais se referem... para tirar sarro.

É a segunda notícia não-notícia do mundo do entretenimento que torna-se popular pelo tremendo ridículo do texto. Lembrem-se, há algumas semanas atrás, Nikki Finke (editora da Deadline Hollywood) publicou a chocante reportagem sobre como "Homem-Aranha 3" seria, preparem-se... o filme de maior sucesso no fim-de-semana de seu lançamento!!! (Nãoooo! Jura?) Provavelmente vai fazer também $230 bilhões só na sexta-feira de estréia, acumulando mais $870 quinquilhões durante o fim-de-semana. Infelizmente, ele precisará manter o sucesso se quiser reaver o custo da produção mais cara do mundo: $500 trizilhões de rúpios.

>> (Me dizem que Homem-Aranha 3 é bem ruinzinho e que Quarteto Fantástico 2 é tão ruim, mas tão ruim que na exibição-teste, o público estava exigindo que os produtores pedissem desculpas pelo filme e que o clima dentro do cinema era de total embaraço. Vamo vê.)

>> Bilheteria: Disturbia é a surpresa do ano até agora (um filme bom E que fez dinheiro, algo raro hoje em dia), mantendo-se no primeiro lugar de bilheteria (não ia ser engraçado se ele continuasse em primeiro lugar e Homem-Aranha estreasse em segundo?), mas sucesso-sucesso-mesmo foi Election 2, de Johnnie To, que teve a maior média por sala de todos os filmes da semana: foram quase $11,000 no único cinema em que está passando. Antes que você fale "assim é fácil", alguns dos primeiros lugares de bilheteria (produções de alto-escalão) dificilmente chegam sequer perto da marca, por mais alardeadas que sejam. Parabéns para Johnnie To, em sua melhor fase enquanto cineasta, em todos os aspectos. Aliás, Exilados está disponível em DVD no Brasil (Flashstar) numa cópia exemplar: widescreen anamórfico, ótimo transfer, trailer e making of (assim como o belo lançamento - apesar da capa horrível - de Dragon Tiger Gate).

>> Shadows de Cassavetes continua levando Rowland: O professor Ray Carney finalmente atualizou seu site especializado em John Cassavetes com três trechos da rara primeira versão de "Shadows". Para quem não conhece a dramática história: Carney, profundo pesquisador da obra de Cassavetes procurou a primeira versão de "Shadows" por 17 anos de sua vida. "Shadows" foi filmado de forma improvisacional, sem roteiro, em formato livre em 1957 e lançado pela primeira vez em 1958. O circuito durou pouco pois Cassavetes decidiu recolher as cópias e refilmar a maior parte do filme, a versão que se conhece atualmente. A caçada de Carney já tinha atingido o esgotamento, quando, do nada, ele recebeu um telefonema de uma mulher que dizia ter encontrado o filme num caixote guardado em um metrô. Incrédulo, Carney recebeu o embrulho e demorou dias até decidir por realmente assisti-lo: era a primeira versão de "Shadows" completamente preservada, com imagem e som perfeitos.

Porém, Gena Rowlands, detentora dos direitos sobre a obra de Cassavetes, impede até hoje a exibição pública da cópia e já tentou várias vezes retomar a cópia. Ela clama que o desejo de Cassavetes é que essa versão jamais viesse à tona e que seria necessário destrui-la. Você pode ler o calvário de 17 anos (e mais) aqui e os três trechos do filme estão no meio dessa página de cartas. Para os cariocas, a quase-mostra Cassavetes toma conta do Estação Paissandu, um quase revival para a geração cinematográfica carioca dos anos 60 que ali nasceu: tanto Faces quanto Uma Mulher Sob a Influência estão em exibição.

>> Eu sou o novo trailer de Sukyiaki Western: Django no meu site atualizado e tenho a primeira amostra dos diálogos em "ingrês". Me clique, por favor.

>> Todd Brown <3 style="font-weight: bold;">Uwe Boll
?!? Webmaster do melhor site cinematográfico da atualidade (Twitchfilm.net, caso você precise saber) declara que Postal é um ótimo filme: ofensivo, arriscado, surpreendente. e muito engraçado. Aparentemente, Boll abraça a imagem que o público tem dele e logo aparece nos primeiros minutos de filme, admitindo que produz seus filmes com ouro nazista(!) A multi-trama envolve um pobretão que mora num camping de trailers que acaba de ser demitido da fábrica, seu tio (Dave Foley, de Kids In The Hall e apresentador de Celebrity Poker Showdown, fazendo nu frontal no filme) cabeça de um culto religioso que corre o risco de fechar por sonegação de impostos e... Osama bin Laden e seus atrapalhados ajudantes da Al Qaeda. Todd Brown é ótimo, mas gostou de Jade Warrior, então vamos dar-lhe o benefício da dúvida... Ah, leia aqui, se quiser.

>> Peter Greenaway já tem filme praticamente pronto: Nightwatching, seu novo projeto, está em fase de pós-produção e as primeiras imagens surgiram na forma de uma promo-reel. Centrado na figura de Rembrandt (interpretado por Martin Freeman) durante a concepção e realização de uma de suas obras mais famosas: A Ronda Noturna. Descobrindo uma conspiração dentro da sociedade holandesa, enriquecida através de métodos de corrupção e assassinatos, Rembrandt transforma sua acusação num quadro comissionado pela mesma sociedade que despreza. Veja aqui.

Seu último projeto, o exasperante As Maletas de Tulse Luper, aquele Senhor dos Anéis/orgia de After Effects/loucura hipertextual cinematográfica, acabou dissipando-se no ar: após o primeiro episódio rodar festivais mundiais sem causar impacto, tanto o segundo quanto o terceiro tiveram exposição limitadíssima. Uma versão resumida da saga num safo filme de 2 horas também falhou em causar interesse dos programadores mundo afora.

>> As 10 mortes cinematográficas que seriam muito vergonhosas caso acontrecessem na vida real.

>> Você sente vergonha quando o âncora do seu jornal ao vivo se enrola todo? Então prepare-se para se sentir envergonhado 10 vezes. Não, espere: 11 vezes.

>> A maior prova de que o Black Eyed Peas é uma das piores atentados contra a humanidade é que até Alanis Morissette consegue zoá-los com classe. Clique aqui para o clipe da genial (e um tanto assustadora) cover de My Humps. (aliás, eu gostei de Poseidon, porque nele a Fergie morre)

>> Televisão Japonesa! As regras são simples: os competidores estão numa biblioteca e não podem fazer barulho... custe o que custar.
  Bernardo Krivochein    quarta-feira, maio 02, 2007
 
 
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