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Zumbidos de Cannes: Dia 10

Still de The Mourning Forest (Mogari no Mori) de Naomi Kawase

>> Jane Fonda foi homenageada com uma Palma de Ouro Honorária por sua carreira e por seu engajamento político. Antes que você faça uma piada com a premiação vindo a tempo em que a carreira de Fonda se resume aos filmes "A Sogra" e "Georgia Rule" (com a cheiradona Lindsay Lohan), lembre-se dos áureos tempos de seus revolucionários vídeos de aeróbica. Essa Palma só foi ofertada a três outros artistas: Alain Resnais, Gérard Oury e Jeanne Moreau.

>> É amanhã o resultado da pelada, mas o blog de Cannes da francesa Allocine já está fazendo o bolão com sua lista de prováveis campeões. Acho que vai dar zebra na maioria. Clique aqui.

>> A TV5 exibe a transmissão da cerimônia de encerramento e de premiação a partir das 19h30.

THE MOURNING FOREST (Mogari no Mori)de Naomi Kawase - Em Competição

"Na floresta de Mogari, descobre-se o gosto das frutas, ignora-se a sede, refresca-se sem pudor, se dança com os espíritos e exorcizam-se os demônios. Raramente a natureza esteve tão viva diante de uma câmera. Uma natureza que lembra aquela dos filmes de Terrence Malick e de Hayao Miyazaki onde as pessoas reencontram uma proximidade quase infantil. É aqui que se encontra a força de 'Mogari no Mori'. Resta ver quanto tempo demorará para o júri apreciar o filme." Allocine

"Apostando numa relação radicalmente realista entre câmera, atores e ambiente (aqui no caso a natureza jogando papel central), o filme japonês teve a mesma dificuldade com a platéia “crítica”. Na medida em que o tempo do filme ia se esgarçando junto com sua narrativa, ao longo da sua segunda parte em que os personagens partem em uma deambulação pela floresta que lembra bastante os filmes de Apichatpong Weerasethakul (embora aqui o misticismo latente deste seja trocado por uma religiosidade bem fincada na Terra), os jornalistas e críticos debandavam da sessão em grupo... É verdade que o filme não atinge a força quase mágica e hipnótica dos melhores momentos de Shara, mas ainda assim é um trabalho de um mistério constante, com um final de destroçar corações no seu retrato do final de um longuíssimo processo de luto." Eduardo Valente, Revista Cinética

PROMISE ME THIS (Zavet) de Emir Kusturica - Em Competição

"Duas vezes ganhador da Palma de Ouro, o diretor Emir Kusturica trouxe um final feliz ao festival de cinema nesse sábado com uma explosiva festa dos Balcãs, quebrando a forma de uma competição repleta de contos sombrios. 'Promise Me This' é o último dos 22 filmes exibidos na competição principal, um dia antes da cerimônia de premiação" Mike Collett-White, Reuters

"Nascido em Sarajevo, o diretor confirma com esse filme que, mais do que um cineasta direto, ele é o apresentador de sue próprio circo cinematográfico que reotrna a cada dois anos à sua cidade com um show levemente alterado protagonizado pelo mesmo grupo de artistas. Novatos e grandes fãs das comédias de Kusturica ficarão encantados e deveriam reservar lugares nas primeira fileira agora mesmo (apesar que 'Zavet' completamente carece da resonância emocional ou sátira de seus melhores filmes), enquanto visitante ocasionais devem optar pelos lugares mais baratos." Boyd van Hoeij, european-films.net

"Atravessar as colinas para ir até o vilarejo e vender sua vaca, comprar um ídolo religioso e encontrar uma esposa: Tsane faz essas três promessas ao seu avô, que acredita estar morrendo. No estilo de 'Black Cat, White Cat' (1998),a peculiaridade de 'Promise Me This', anunciado como 'uma comédia com um coração leve e necessariamente louco', está em seu astro, Uros Milovanovic (que apareceu em vários filmes de Kusturica, inclusive 'Black Cat...' e 'Quando Papai Saiu em Viagem de Negócios'), Aleksar Bercek e a bela Marija Petronijevic como Jasna." Camillo de Marco, Cineuropa

"Continuando a filmar com seu estilo de comédia pastelão grotescamente exagerada por motivos incompreensíveis, Emir Kusturica de fato consegue ultrapassar os excessos de seu filme anterior 'A Vida É Um Milagre', com seu novo filme bufão sobre um rapaz camponês que encontra o verdadeiro amor. A única razão concebível para essa bagunça estar incluída na competição pela Palma de Ouro é que o filme possa estar servindo para homenagear o vencedor de dois prêmios anteriores, mas que, no final, serve apenas para sublinhar o quanto o autor de 'Quando Papai Saiu em Viagem de Negócios' afundou." Robert Koehler, Variety

MUTUM de Sandra Kogut - Quinzena dos Realizadores


"O filme, aparentemente, se passa nos dias de hoje, mas a paisagem, a casa, as pessoas e suas atitudes não ficariam deslocados nos anos 50. Ao respeitar fiel e sensivelmente as indicações do texto original, Kogut nos dá um mundo percebido por uma criança, ainda verde demais para entender as maquinações do ser humano e da vida adulta." Kléber Mendonça Filho, Cinemascópio

"O filme de Sandra Kogut, neste sentido, se irmana bastante com seu personagem: seu olhar atento para o mundo (não só as pessoas, mas também o ambiente e suas circunstâncias) certamente se diferencia da maior parte do que se faz atualmente no cinema brasileiro. Se tem por um lado traços de um certo cinema internacional de ficção atualmente bastante presente (um que busca a relação com o mundo a partir de uma idéia de observação deste mais do que pela imposição de uma narrativa ficcional excessivamente marcada), por outro lado também consegue traçar alguns pontos sobre uma certa vivência sertaneja tipicamente brasileira, sem precisar com isso se tornar vítima de um simbolismo marcado que torne os personagens pouco mais do que sintomas de alguma doença maior brasileira." Eduardo Valente, Revista Cinética

DAYS OF DARKNESS (L´âge des Ténèbres) de Denys Arcand - Filme de Encerramento

"'Days of Darkness', o trabalho seguinte de Denys Arcand ao seu 'As Invasões Bárbaras' (indicado ao Oscar), não é tão suave quanto aquele filme - mas é uma obra tão bizarra e inventiva o quanto poderia se desejar assistir... Exibido fora da competição em Cannes, 'Days of Darkness' é uma mistura perversa de 'Beleza Americana', 'Brazil', 'A Vida Secreta de Walter Mitty' e outras várias influências que conseguem incluir drama honesto, comentário social afiado, franqueza sexual e deslumbrantes números musicais. É como pegar aquele suéter de tricô empelotado na feira de artesanato: pode não ser tão perfeito quanto aquele feito por uma máquina, mas dá para dizer só de vista que foi feito por um ser humano." James Rocchi, Cinematical

(tradução das compilações da Greencine, Allocine e outras fontes)
  Bernardo Krivochein    sábado, maio 26, 2007
 
 
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