blogINDIE 2006


Listas dos Melhores Filmes de 2007

(Update: 24/12)

Sem mais delongas, algumas das listas mais fundamentais para concluir o ano cinematográfico.

ARTFORUM: AMY TAUBIN

1) Zodíaco (Zodiac)
2) Paranoid Park
3) Senhores do Crime (Eastern Promises)
4) Razzle Dazzle: The Lost World
5) No End in Sight
6) Terror’s Advocate
7) Dance Party USA
8) Conduta de Risco (Michael Clayton)
9) Southland Tales
10+) Blade Runner
10+) Killer of Sheep

ARTFORUM: T.J. WILCOX

1) A Espiã (Zwartboek)
2) Viagem à Darjeeling (The Darjeeling Limited)
3) Planet Earth (série da BBC)
4) Piaf - Um Hino ao Amor (La Môme)
5) Superbad - É Hoje
6) The Sarah Silverman Program (série da Comedy Central)
7) Escorregando Para a Glória (Blades of Glory)
8) Senhores do Crime (Eastern Promises)
9) Control
10) S.O.S. Saúde (Sicko)

ARTFORUM: JAMES QUANDT

1) Quei Loro Incontri
2) Pour vos beaux yeux
3) 4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias (4 Luni, 3 saptami i 2 Zile)
4) Useless
5) Tarahi V
6) La Morte Rouge
7) Fengming, A Chinese Memoir
8) Les Amours d'Astree et de Celadon
9) Alexandra
10) At Sea

SIGHT & SOUND

1) 4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias
2) Império dos Sonhos (Inland Empire)
3) Zodíaco
4+) I’m Not There
4+) A Vida dos Outros (Das Leben der Anderer)
6) Stellet Licht
7+) O Assassinato de Jesse James Pelo Covarde Robert Ford (The Assassination of Jesse James by the Coward Robert Ford)
7+) Syndromes and a Century
9) Onde os Fracos Não Têm Vez (No Country for Old Men)
10) Senhores do Crime (Eastern Promises)

CAHIERS DU CINÉMA: JEAN-MICHEL FRODON (para a Sight & Sound, p.15 do arquivo .PDF)

1) Tout est pardonée
2) Charly
3) Les Amours d'Astrée et de Céladon
4) Império dos Sonhos (Inland Empire)
5) Paranoid Park

CAHIERS DU CINÉMA: CHARLOTTE GARSON (para a Sight & Sound, p.17 do arquivo .PDF)

1) Les Amours d'Astrée et de Céladon
2) Longing
3) Iklimer
4) Em Busca da Vida (Still Life)
5) Ne Touchez Pas La Hache

INDIEWIRE: OS MELHORES FILMES DE 2007

1) Sangue Negro
2) Zodíaco
3) Onde os Fracos Não Têm Vez
4) Syndromes and a Century
5) 4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias
6) I'm Not There
7) O Assassinato de Jesse James Pelo Covarde Robert Ford
8) Juventude em Marcha
9) Killer of Sheep
10) Offside
11) A Espiã
12) Once
13) O Escafandro e a Borboleta
14) A Espiã
15) I Don't Want to Sleep Alone
16) Amantes Constantes (Les Amants Réguliers)
17) O Hospedeiro
18) Southland Tales
19) Into the Wild
20) Ratatouille

INDIEWIRE: OS MELHORES FILMES SEM DISTRIBUIÇÃO DE 2007

1) Secret Sunshine (Miryang)
2) Useless
3+) Les amours d'Astrée et de Céladon
3+) En la Ciudad de Sylvia
5+) The Man From London (A Londóni Férfi)
5+) Profit Motive And The Whispering Wind
7) La france
8) You, The Living (Du Levande)
9+) Frownland
9+) Go Go Tales
11) Battle For Haditha
12+) The Tracey Fragments
12+) Import Export
14+) The Pool
14+) Reprise
14+) A Outra Metade (The Other Half)
14+) Nightwatching
14+) He Fengming: A Chinese Memoir
14+) Zidane: Um Retrato do Século XXI
14+) Angel

AV CLUB (THE ONION)

1) Onde os Fracos Não Têm Vez (No Country For Old Men)
2) Once
3) Sangue Negro (There Will Be Blood)
4) Zodíaco (Zodiac)
5) O Assassinato de Jesse James pelo Covarde Robert Ford
6) Desejo e Reparação (Atonement)
7) Sweeney Todd, The Demon Barber of Fleet Street
8) Into The Wild
9) Offside
10) Gone Baby Gone

PREMIERE (GLENN KENNY)

1) Sangue Negro (There Will Be Blood)
2) Onde os Fracos Não Têm Vez (No Country For Old Men)
3) Killer of Sheep
4) Medos Privados em Lugares Públicos (Coeurs)
5) Viagem à Darjeeling (The Darjeeling Limited)
6) O Escafandro e a Borboleta (Le Scaphandre et le Papillon)
7) Zodíaco
8) Ratatouille
9) I’m Not There
10) Sweeney Todd, The Demon Barber of Fleet Street
11) Control
12) O Sobrevivente (Rescue Dawn)
13) O Assassinato de Jesse James pelo Covarde Robert Ford
14) Joe Strummer: The Future Is Unwritten
15) A Espiã
16) 4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias
17) Persepolis
18) Before The Devil Knows You’re Dead
19) Smiley Face
20) Aqua Teen Hunger Force Colon Movie Film For Theaters
21) O Hospedeiro (Gwoemul)
22) Hot Fuzz
23) Senhores do Crime (Eastern Promises)
24) Once
25) Margot at the Wedding

MSN MOVIES

1) Onde os Fracos Não Têm Vez (No Country For Old Men)
2) Zodíaco (Zodiac)
3) Sangue Negro (There Will Be Blood)
4) Desejo e Reparação (Atonement)
5) O Escafandro e a Borboleta
6) I'm Not There
7) Margot At The Wedding
8) Into The Wild
9) The Assassination of Jesse James by the Coward Robert Ford
10) Ratatouille

LOS ANGELES TIMES: CARINA CHOCANO

1+) O Escafandro e a Borboleta
1+) The Savages
2) Ratatouille
3) 4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias
4) S.O.S. Saúde (Sicko)
5) Sangue Negro (There Will Be Blood)
6) O Sobrevivente (Rescue Dawn)
7) Before the Devil Knows You're Dead
8) Juno
9+) Once
9+) Garçonete (Waitress)
10+) O Vigarista do Ano (The Hoax)
10+) Control
11) My Kid Could Paint That

LOS ANGELES TIMES: KEVIN CRUST

1) O Escafandro e a Borboleta
2) Once
3) Into the Wild
4) Onde os Fracos Não Têm Vez (No Country for Old Men)
5) 4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias
6) I'm Not There
7) Away From Her
8) Conduta de Risco (Michael Clayton)
9) This Is England
10) "Qualquer coisa com Philip Seymour Hoffman."

THE GUARDIAN

1) Control
2) Senhores do Crime
3) Stellet Licht
4) A Vida dos Outros
5) Zodíaco
6) Away From Her
7) Iklimer
8) Ratatouille
9) A Leste de Bucareste
10) Cartas de Iwo Jima
11) Império dos Sonhos
12) Half Nelson
13) Syndromes and a Century
14) This Is England
15) Apocalypto
16) O Despertar de Uma Paixão (The Painted Veil)
17) Iraq in Fragments
18) Mutual Appreciation
19) Superbad
20) Beyond Hatred


IFC: MATT SINGER


1) Onde os Fracos Não Têm Vez (No Country For Old Men)
2) O Escafandro e a Borboleta
3) The King of Kong: A Fistful of Quarters
4) Zodíaco
5) O Hospedeiro(Gwoemul)
6) Hot Fuzz
7) Syndromes and a Century
8) Sangue Negro
9) Into the Wild
10) A Espiã (Zwartboek)

IFC: ALISON WILLMORE

1) Onde os Fracos Não Têm Vez
2) O Sobrevivente
3) Sangue Negro
4) Killer of Sheep
5) Southland Tales
6) Syndromes and a Century
7) Paprika
8) Control
9) Romance & Cigarettes
10) O Hospedeiro (Gwoemul)

IFC: MICHAEL ATKINSON

1) Syndromes and a Century
2) Once
3) 4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias
4) Half Moon
5) Sangue Negro
6) Amantes Constantes
7) Killer of Sheep
8) A Leste de Bucareste
9) Los Muertos
10) Conduta de Risco

TIME MAGAZINE: RICHARD CORLISS

1) Onde os Fracos Não Têm Vez
2) A Vida dos Outros
3) Killer of Sheep
4) Desejo e Reparação
5) Sweeney Todd: The Demon Barber of Fleet Street
6) Persepolis
7) No End In Sight
8) In The Valley of Elah
9) Garçonete
10) A Lenda de Beowulf


TIME MAGAZINE: RICHARD SCHICKEL


1) Conduta de Risco
2) Onde os Fracos Não Têm Vez
3) Before The Devil Knows You're Dead
4) Depois do Casamento
5) A Espiã
6) Breach
7) The Savages
8) In The Valley of Elah
9) Sangue Negro
10) Dan In Real Life

SLANT MAGAZINE: ED GONZALEZ

1) Killer of Sheep
2) Offside
3) Into Great Silence
4) Novo Mundo (Nuovomundo)
5) O Sobrevivente
6) Onde os Fracos Não Têm Vez
7) Exilados (Exiled)
8) Syndromes And a Century
9) Forever
10) The Life of Reilly

SLANT MAGAZINE: NICK SCHAGER

1) Sangue Negro
2) Zodíaco
3) Killer of Sheep
4) Onde os Fracos Não Têm Vez
5) O Sobrevivente
6) Persepolis
7) Away From Her
8) A Band's Visit
9) O Assassinato de Jesse James Pelo Covarde Robert Ford
10) Paprika

FRIEZE MAGAZINE: THIERRY JOUSSE

Zodíaco
Syndromes And A Century
La Fille Coupée en Deux
Paranoid Park
I'm Not There

FRIEZE MAGAZINE: JULIANE WANCKEL

Calle Santa Cruz
This Is England
4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias
Alexandra
Persepolis
O Escafandro e a Borboleta
I Don't Want To Sleep Alone
Syndromes And A Century
Berlin Alexanderplatz

NOEL VERA: CRITIC AFTER DARK (em ordem alfabética dos títulos em inglês)

Amazing Life of the Fast Food Grifters (Tashiguishi Retsuden)
Away From Her
Before the Devil Knows You're Dead
Possuídos (Bug)
Juventude em Marcha
Death in the Land of Encantos
Senhores do Crime (Eastern Promises)
Exilados
The Go Master
Heremias Book One: The Legend of the Lizard Princess
A Short Film About Indio Nacional
Império dos Sonhos (Inland Empire)
Onde os Fracos Não Têm Vez (No Country For Old Men)
A Outra Metade (The Other Half)
A Última Noite (A Prairie Home Companion)
O Sobrevivente (Rescue Dawn)
L'Aria Salata
Todo Todo Teros
Os Donos da Noite (We Own the Night)
Ventos da Liberdade (The Wind that Shakes the Barley)
Zodíaco

UPDATE 24/12>>>

TWITCH: TODD BROWN (12 Favoritos)

99 Francs
The Amazing Screw On The Head
Control
Crows Zero
Ex Drummer
A L'Interieur
El Rey de la Montaña
My Winnipeg
Nightmare Detective
Son of Ranbow
Tekkon Kinkreet
Sangue Negro
Time Crimes


THE NEW YORK TIMES: A.O. SCOTT


1) 4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias
2) Ratatouille
3+) Sangue Negro(There Will Be Blood)
3+) Sweeney Todd
4+) I'm Not There
4+) Joe Strummer: The Future is Unwritten
5+) No End in Sight
5+) Terror's Advocate
6+) A Leste de Bucareste
6+) Live-In Maid
7+) Into the Wild
7+) O Escafandro e a Borboleta
8+) A Vida dos Outros
8+) Conduta de Risco
9+) The Savages
9+) Away From Her
10+) Ligeiramente Grávidos
10+) Superbad
10+) Juno


THE NEW YORK TIMES: MANOHLA DARGIS


Os Favoritos: Sangue Negro (There Will Be Blood) e Zodíaco (Zodiac)

Into Great Silence
I'm Not There
Killer of Sheep
O Ultimato Bourne
Senhores do Crime (Eastern Promises)
Conduta de Risco (Michael Clayton)
4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias
I Don't Want to Sleep Alone
Lady Chatterley
Juventude em Marcha
Monika
Superbad
Southland Tales
No End in Sight
Before the Devil Knows You're Dead
This is England
The Savages
Year of the Dog
Paprika
O Hospedeiro (Gwoemul)
O Reino (The Kingdom)

THE NEW YORK TIMES: STEPHEN HOLDEN

1) Sangue Negro
2) A Vida dos Outros
3) O Escafandro e a Borboleta
4) Persepolis
5) Starting Out in the Evening
6) Onde os Fracos Não Têm Vez
7) Sweeney Todd
8) Desejo e Reparação
9) Across the Universe
10) Juno


CHICAGO SUNTIMES: ROGER EBERT


1) Juno
2) Onde os Fracos Não Têm Vez
3) Before The Devil Knows You're Dead
4) Desejo e Reparação
5) O Caçador de Pipas
6) Away From Her
7) Across The Universe
8) Piaf - Um Hino ao Amor
9) The Great Debaters
10) Into The Wild

CHICAGO SUNTIMES: JIM EMERSON

"MINHA LISTA DE 10 MELHORES: O FILME (Edição Greve do Sindicato dos Roteiristas/Antonioni)"

" Dez filmes, dois ou três planos de cada (mais ou menos, 76 segundos, nenhum diálogo, nehuma nota. (Os comentários críticos virão depois.) Esta é minha homenagem ao final de "O Eclipse" do falecido Michelangelo Antonioni e aos roteirista em greve neste momento. ( Confissão completa: sou um membro do Writers' Guild of America e apóio fortemente a causa.) O trabalho se consistiu em observar meus filmes favoritos do ano (inspirado, inicialmente, pelo começo de "Onde os Fracos Não Têm Vez") exclusivamente através de planos de situação, arquitetura, paisagens, objetos inanimados... e algumas visões de extras e atores imóveis que não falam.

Quantos filmes você consegue identificar (em um plano? dois?). Títulos, roteiristas e diretores são citados no fim..."

(Sem créditos, dá para identificar todos os filmes - mesmo os que não foram vistos ainda - mas não vamos estragar a proposta mais divertida de lista já feita este ano.)
  Bernardo Krivochein    sexta-feira, dezembro 21, 2007    13 comentários
 
 



REcap Fest Natalino

>> ALMODÓVAR 1 X 0 TARANTINO: O barraco do ano que não foi, justamente porque, entre todas as reações causadas pela polêmica declaração de Quentin Tarantino sobre o atual cinema italiano, coube ao espanhol Pedro Almodóvar dar o melhor chega-pra-lá no americano.

O princípio dessa quase-III-Guerra-Mundial foi em Cannes último, onde Tarantino declarou:

Eu realmente amava os filmes italianos dos anos 60 e 70. Mas o que aconteceu? É uma verdadeira tragédia. Os filmes italianos que assisti nos últimos anos têm sido sempre a mesma coisa. Eles só falam de garotas crescendo [para a vida adulta], garotos crescendo [idem], casais em crise e feriados para deficientes mentais [...] O cinema italiano atual é deprimente.

O que dividiu a classe cinematográfica italiana. Tarantino levou sabão de Sophia Loren, Fernan Ozpetek e, mais violentamente, do veterano Mario Bellocchio (“Tarantino é um bom diretor, mas fora de posição para nos dar lições. Ao dizer essas coisas, ele se revela um babaca que não entende de coisa nenhuma.”), ao passo que Pupi Avati e Dario argento, apesar de discordarem do tom agressivo da declaração, apoiaram a visão de que o cinema italiano atual é aborrecido.

Mas nessa briga de marido e mulher, o campeão foi a colher de Almodóvar que, ao receber o título de Comendador da Ordem do Mérito da República Italiana (uma das maiores honras civis conferidas pelo governo), fez um discurso no qual, após dedicar seu longa “Volver” à imagem da dona-de-casa italiana gravada em sua memória, partiu para fazer a melhor análise das palavras de Tarantino:

Quentin Tarantino é simpático e talentoso, mas que, de vez em quando, sofre de alguma espécie de incontinência verbal e, quando ele denigre o cinema italiano, duvido que ele tivesse em mente o cinema de Luchino Visconti, Pietro Germi e Pier Paolo Pasolini em mente, mas apenas aqueles cineastas do gênero do horror trash no qual ele se especializa, como [Mario] Bava, [Umberto] Lenzi e [Lucio] Fulci. Espanha e Itália possuem culturas semelhantes nas quais emoção, instinto, a arte de se sustentar e de sofrer para expressar o talento do indivíduo fazem parte do DNA nacional.

Melhor do que isso ter acontecido no ano em que Tarantino lança seu filme que mais se aproximaria da obra de Almodóvar (algo me diz que ele adoraria “À Prova de Morte”), é ver que Almodóvar conhece bem o seu trash horror. Por melhor diretor que seja Tarantino, falar do status quo do cinema de outros países é típica intimidação imperialista, comportamento integrado ao DNA de qualquer norte-americano. É como repreender brasileiros por não usarem mais cachos de bananas na cabeça ou se locomoverem pelas ruas da cidade numa fila de conga, tal como visto em “Orfeu Negro”.

Após anunciar a realização de “La Piel Que Habito” (instigante adaptação livre do romance “Mygale” de Thierry Jonquet sobre um cirurgião plástico que vinga-se do estuprados de sua filha, do qual Almodóvar disse que só manteria apenas uma cena), Almodóvar pretende realizar o seu “mais longo roteiro”, intitulado “Broken Hugs” e contando com Penelope Cruz como protagonista.

>> “DE LAMA LÂMINA”: MICARETA DE MATTHEW BARNEY EM MINAS GERAIS

Será que vai ter Ala das Amelie Poulains Roqueiras ou dos Óculos de Aros Grossos Alternativos? Sacaneio, mas é de inveja, simplesmente porque o pré-carnaval dos mineiros será mais “istáili” com a instalação “De Lama Lâmina” de Matthew Barney no Inhotim Centro de Arte Conteporânea, em Brumadinho, em processo de finalização e aguardada para abertura até março de 2008.

A instalação é de natureza brasileira: trata-se de um trator florestal que ergue à sua frente em sua espátula uma árvore de seis metros arrancada pela raiz (escalada por uma figura tipicamente barneyniana), com um homem semi-nu içado sob as engrenagens (como pode ser visto no episódio “Hoist” do omnibus “Destricted”) ao mesmo tempo que puxa uma enorme caixa de lama seca, sobre a qual os músicos do bloco carnavalesco de Arto Lindsay puxaram sambas tradicionais, mantras e riffs experimentais de guitarra no Carnaval da Bahia em 2004. Não é a tentativa de remontar “De Lama Lâmina” em outros estados do Brasil: a Bienal de SP teve que abandonar a idéia, uma vez que o chão não suportaria o peso da obra.

Não se sabe se nesta Barney Folia mineira, como na edição baiana, vai ter Arto Lindsay e bateria, nem Caetano Veloso (que apareceu para dar aquele “chêro”), nem Björk, assim como também não confirmaram presença AfroReggae, Harmonia do Samba, Banda Calypso e Ivetinha. Também não foram divulgados os preços dos abadás – de penas místicas de gansos virgens suicidas do leste de Istambul representando bastardizações pop dos ícones medievais, e no corte assimétrico atualmente tão superfashion. Espera-se que, assim como ocorreu na Bahia, os mineiros tenham a oportunidade de assistir também ao Ciclo Cremaster na íntegra (não que os não-mineiros não possam fazê-lo: oops, para este o link! http://www.greylodge.org/gpc/?p=383), talvez a estréia de seu último média-metragem (o registro do “De Lama Lâmina” na Bahia; imagino que seja algo como a parada japonesa numa das cenas de “Drawing Restraint 9”) e, quem sabe, a presença do próprio Sr. Björk durante os primeiros dias da instalação, como aguarda a fundação responsável por Inhotim.

E, apenas para gratuitamente satisfazer minha vontade de escrever minha nova palavra preferida, Inhotim, visite o site de Inhotim e procure pela programação de Inhotim. Inhotim. http://www.inhotim.org.br/

>> DEFINA “CINEMA DE ARTE”, SR. PROTAGONISTA-DO-REMAKE-DE-“LIGAÇÃO PERDIDA”-E –ASTRO-DE-“UMA VIDA EM SETE DIAS”

Edward Burns, sensação da cena independente quando seu longa-metragem “Os Irmãos McMullen” virou sensação da noite para o dia ao ganhar o prêmio de Melhor Filme no Festival de Sundance de mil-novecentos-e-lá-vai-bolinha, seguiu sua carreira com um contrato na Fox e trilha-sonora de Tom Petty com “She’s The One” (no Brasil, “Ela é” alguma-coisa, com Cameron Diaz, Burns et al), com algum sucesso, pôs tudo a perder ao sair da comédia de relacionamentos para o drama de relacionamentos “Uma Chance Para Ser Feliz”, estrelando Lauren Holly (então esposa de um Jim Carrey em ascensão: Holly o chifrou publicamente com Burns, que a roubou definitivamente de Carrey, levando o público a boicotar o filme) e Jon Bon Jovi (então uma merda de músico que Brurns ajudou a transformar numa merda de ator), filme que foi parar no fundo do caixote de VHS a 1,99 É Pra Acabar. Depois disso, a história de Cinderela do cinema independente estava se humilhando ao lado Xanxilina Xolie naquela obra-prima lá, fazendo papel de namorado em “Will & Grace” (de qual dos dois eu não sei). O meliante foi visto por último pagando mico (e peitinho!) na ei-pessoal-vamos-violar-a-obra-de-Ray-Bradbury-e-lucrar-no-sucesso-de-“O Efeito Borboleta”-ao-mesmo-tempo?!, atrocidade hilariante (mas mortal) “O Som do Trovão”, troço indescritível (mas im-per-dí-vel!) que faria o Zé do Caixão se recusar a gravar introdução caso fosse selecionado para passar no Cine Sinistro.

O auteur e dublê de galã irlandês continua na ativa e resolveu despirocar: acaba de lançar seu último filme, “Purple Violets” (que parece ser sobre uma escritora sofrendo com o peso das antecipações públicas em cima de sua carreira, mas é intitulado como um pornô com cenas exclusivamente anais), diretamente na internet como o primeiro longa-metragem exclusivo no iTunes (por quanto tempo...) por módicos 14,99 dólares. O longa, encabeçado por Selma Blair e Patrick Wilson, conta com o próprio Burns, Debra Messing e Dennis Farina no elenco. Tchudo mucho bunitchénhu, como preza o internetês, até que Burns, como no primeiro tópico deste post, abriu a boca para falar uma tarantinada daquelas:

“Este é o ano em que o Cinema de Arte morreu. Se as pessoas não estão indo ao cinema para assistirem a Reese Witherspoon e Tom Cruise, elas não irão para assistir a Patrick Wilson e a mim. A platéia simplesmente não está mais lá.”

Uma coisa é você falar do esvaziamento dos cinemas pela emergência de outros meios de entretenimento que superam o cinema no custo, conveniência e aproveitamento total da experiência – o cinema de entretenimento enquanto programa social virou diversão apenas para caipiras, porque se irrita mais com as conversas paralelas do que investe-se emocionalmente no que se assiste. Agora, daí para falar que é o Cinema de Arte que está morrendo, e ainda por cima utilizando os exemplinhos infelizes da citação, é o pior dos equívocos: os “filmes de arte” em questão são “Leões e Cordeiros”, estrelando Cruise, e “Rendition” estrelando Witherspoon, nenhum dos quais enquadram-se na categoria padrão de “Cinema de Arte”, seja nos orçamentos generosos (nas casas dos vários milhões) e nas suas ambições artísticas – tratam-se apenas de um tipo de cinema de entretenimento “adulto”, mais sério, metido, que aborda temáticas sócio-políticas em voga. Engajamento e informação não é sinônimo de “arte”: se você acredita no contrário, sinto informar-lhe que você é mortalmente retardado. Segundo: quando das salas de cinemas só restarem os escombros assombrados, abandonados por um público encantado com a magia da TV Digital, o único tipo de cinema que sobreviverá nas exibições raras, marginais, proibidas, será o de arte, porque seu público permanecerá fiel e resistirá na sua insistência em ter a experiência completa: a projeção, a grande escala. Por exemplo: vou ao cinema menos, é fato (não tenho essa grana toda), mas eu não parei de ir ao cinema – eu sei reconhecer que a oportunidade de se assistir um Friedkin, um Cassavetes, um Kar-wai ou um Resnais no cinema é um privilégio, portanto eu me desloco e faço o investimento. O público que aprecia esse tal “Cinema de Arte” – que, por si só, já é um termo amplamente utilizado apenas para denegrir um certo estilo de cinema ao qual o indivíduo, cheio de si, é contrário - é mais escroto, mais seletivo, mas quando vai, vai mais de uma vez, compra a lancheira, o bonequinho, etc. Terceiro: quem é que é idiota para medir sucesso de “Cinema de Arte” pela bilheteria que faz? Sério, porque eu não consigo me lembrar de ter visto Syberberg no topo da parada do Cineview ou a SET alardeando o Fassbinder como o diretor do blockbuster mais esperado do verão na capa. Burns deve estar se apegando às críticas positivas de quando ele era novidade e tá se achando gatinho ainda.

>> NOTA RÁPIDA SOBRE A SELEÇÃO DE SUNDANCE 2008
Na lista dos títulos das mostras competitivas do Festival de Sundance 2008, nenhum tupiniquim. Capitão Olavinho não vai subir o morro nevado de Park City, escolhendo Berlin para suas férias competitivas. Afinal, Alemanha, Nazismo, BOPE: casamento perfeito. Na bagagem, só precisa levar o saco.

O que mais me chamou a atenção entre os títulos da competição de Sundance deste ano foi o alemão “Die Welle” (The Wave) de Dennis Gansel, baseado na história verídica sobre as conseqüências sobre uma escola inteira de um experimento no qual um professor de História reproduz o estado nazista dentro de uma sala de aula, criando castas sociais dentro da classe. Para quem me acompanha há algum tempo, essa história já é velha: um telefilme foda pra caralho já foi feito em cima dessa história, “The Wave” (1981, Alexander Grasshoff), o qual citei favoravelmente ao alemão “A Experiência”, neguinho me perseguiu para saber onde que eu tinha visto o filme (na TNT), como consegui-lo (não sei até hoje) e que, pensando agora, explica muito do comportamento do público perante “Tropa de Elite”.

>> ALIÁS, PADILHA: Eu achava o discurso de José Padilha, condenando a interpretação idêntica que gostosos e desgostosos com seu “Tropa de Elite” extraíam da obra (a do BOPE como solução para a violência), hipócrita e reacionário (como já foi impecavelmente ilustrado pelo texto de Érico Fuks, o melhor entre todos já escritos sobre o filme, para a Cinequanon, intitulado “Tropa de Elite: Cosmética do Trapo” http://www.cinequanon.art.br/grandeangular_detalhe.php?id=34), mas algo me diz que talvez ele não faça a menor idéia do que está falando.

Explico: um episódio que passou sem a polêmica merecida foi o de Padilha, em conferência de imprensa nos EUA, falando como “Tropa de Elite” foi um projeto rejeitado pela Globo Filmes porque ele recusou-se a se comprometer o conteúdo e o impacto do filme com o “padrão Globo de Qualidade”. Até aí, palmas para o diretor: nós sabemos muito bem o que significa o tal “padrão Globo de Qualidade”: um preciosismo técnico e um falso bom gosto que, quando se percebe sem Ibope, nos rende as lendárias apelações para o Latininho e o Sushi Erótico; A Globo sem Ibope é como a tia que escolhe o aniversário da sobrinha de 5 anos para ficar bêbada e fazer uma cena sobre como seu casamento é um fracasso. As afirmações de Padilha foram “negadas” pelo chefe de departamento da Globo Filmes (ou coisa parecida). “Negada” está entre aspas, porque ele começa a declaração desdizendo Padilha e, em seguida, repetindo a história das fracassadas negociações praticamente palavra por palavra.

Mas a Globo é uma prostituta por Ibope e não apenas vai exibir o rejeitado “Tropa de Elite” como pretende fazer um seriado a partir do filme (confirmando que o filme não passa de fetiche sócio-engajado-fashion do momento, como o “Black (and Favelated) Is Beautiful” de “Cidade de Deus” et al). Da Rede do Plim Plim, a gente não esperaria por menos (“Instinto Selvagem” na íntegra, alguém?). Mas e de Padilha, que está abrindo as pernas para o conglomerado que quase condenou seu filme ao limbo aoter tão heroicamente confrontado o demônio da conformação estético-narrativa de Daniel Filho e cia.? Qual é a mensagem aqui? Certo, o filme agora existe e é conhecido na forma como Padilha o concebera, mas por que seria correto comprometê-lo em sua exibição televisiva (supondo que o será)?

Esse discurso do “eu agora digo isso/aquilo que eu disse não era o que eu quis dizer” já me cansou. Acho que Padilha se aproveita para virar a casaca quando lhe é mais conveniente e se diverte com a celeuma (barata) que cria. Acho que não estou puto nem com ele, mas com aqueles que compram que o discurso do filme não espelha a do seu diretor. Talvez não seja sempre o caso, fato. Mas acho que é o caso com este filme em particular, típico de um diretor que joga verde para colher maduro, alimentando a bestialidade das massas ao qual o filme se destina e depois fazendo média com o círculo de autores e debatedores afins, temendo que a reprimenda o exclua de suas reuniões burguesas que ele tanto sonha em freqüentar.

>> A (VERDADEIRA) MORTE DO SR. LAZARESCU: Ion Fiscuteanu, ator romeno que tornou-se mundialmente conhecido por sua interpretação do papel-título do fundamental “A Morte do Sr. Lazarescu” de Cristi Puiu, faleceu no último dia 11 de dezembro aos 70 anos, em Bucareste.

>> MOMENTO “ONDE ESTÁ O SEU DEUS AGORA?!?” DA SEMANA: Eu odiava “Young Folks” do Pete, Bjorn & John. Toda vez que eu via as alternativas-aspirantes-a-Amelie-Poulain fazendo a dança-padrão dos indies – a “alga submarina” (para um lado... para o outro..., independente do ritmo da música sendo tocada) – meu pau vestia seu casaco, saía da Casa da Matriz e caminhava contemplativo pela noite deserta, sendo somente encontrado na manhã seguinte, alimentando patos no lago do parque, pensando em sua própria vida. Cada vez que aquele assobio maldito irrompia pelo set do DJ, eu sentia um misterioso impulso de assassinar o presidente dos EUA.

Essa música infernizou a noite de rock durante o verão inteiro de 2007, noite dita alternativa (portanto supostamente freqüentada por um público antenado, mas isso já virou folclore), mas ela não passa(va) de uma versão de “Love Generation” para os anêmicos fotofóbicos fãs de Arctic Monkeys (claro que fui quase linchado pelos meus amigos quando fiz essa alusão em plena pista, em plenos pulmões). Chegam as listas de melhores canções e melhores álbuns de 2007 e... nada de Pete, Bjorn & John? Ah, deixe-me entender: popularizou-se demais, “se vendeu”, cansou. O mínimo que vocês poderiam fazer é mostrar um pouco mais de fidelidade e menos de hipocrisia.

Música preferida dos alternativos. Eis que me deparo com o primeiro episódio de “Gossip Girl”, idéia muito mequetrefe de um “Sex and the City” para piranhas pré-pubescentes baseado na famosa série de não-literatura adolescente. Música que abre o primeiro episódio e, portanto, toda a saga? “Young Folks” do Pete, Bjorn & John, ilustrando não as desventuras emocionais universitárias dos alternativos engajados com camiseta do Sonic Youth e óculos de aro grosso, mas sim de umas vagabundas louras ricaças em Nova York que só sabem dar o rabo e comprar na Prada. Yes! Música chiclete, mostra a tua (verdadeira) cara! Onde está o seu Deus agora, alternativo pentelho e arrogante?

Depois dessa, eu até baixei a música no meu iPod e ando sorridente pela rua ao imaginar um clipe para ela, no qual a lotação da Drinkeria Maldita corta aos pulsos ao perceberem que não se diferenciam em nada dos playboys que tanto desprezam, provavelmente ouvindo a mesma “Young Folks” enquanto dão voadoras nas costelas das freqüentadoras do Baronetti.

>> MEU FILME, SUA FRANQUIA: Sim existe um “Pânico na Floresta 2”: a continuação DTV dirigida pelo fanboy Joe Lynch acabou preenchendo vagas em diversos festivais de cinema fantástico mundo afora com bastante êxito. Trata-se de um terror completamente noves-fora sobre um grupo de participantes de um reality show aventurando-se no território dos caipiras deformados do primeiro episódio. Eu gostaria de dizer que compartilho da mesma surpresa ardorosa que pegou muitos desprevenidos (quão bom poderia a continuação de um terror fracassado ser, não é?), mas o que encontrei foi um filme apenas divertidinho, com mucho gusto pela escatologia, de fato, mas sem nenhuma amostra de criatividade nas outras frontes: a trama é derivativa, os personagens são péssimos, os diálogos bem fracos, a cinematografia é feiosa e, pecado mortal, não dá medo nem nojo. É galhofa pura e tem sim coisas bem engraçadas, especialmente quando Lynch resolve apostar nos aspectos mais bizarros, mas é isso aí: uma comédia cujo humor é do tipo “eca!” Ando procurando algo mais desafiador do meu cinema fantástico, se é que me faço entender. Acho que o filme de terror contemporâneo pode oferecer muito mais do que só “nojinho”.

Se o seu desejo ainda é assistir a contribuição de Lynch ao gênero, procure “Pânico na Floresta 2”, que se chama nas prateleiras das locadoras “Floresta do Mal”. Não se confunda, existe sim um “Pânico na Floresta 2” nas prateleiras - que não é “Pânico na Floresta 2”. Acontece que o primeiro “Pânico na Floresta”, apesar de realixzado pela Fox, foi distribuído no Brasil pela PlayArte. Quando calhou da Fox fazer uma continuação e lançá-la ela mesma em DVD no Brasil, o título da franquia estava nas mãos da PlayArte; a Fox inventou um outro nome, a PlayArte não se fez de rogada e inventou um genérico para dar capitalizar na “fama” daquele primeiro “Wrong Turn”. Mas que filme seria então este intitulado “Pânico na Floresta 2” pela PlayArte?

Aqui está o grande tesouro: trata-se de lançamento antecipadíssimo de “Timber Falls” de Tony Giglio, outro filme de terror também bastante elogiado em festivais de cinema fantástico que, aparentemente após o sucesso em Bruxelas, foi comprado para distribuição cinematográfica nos EUA por uma divisão minor de um grande estúdio. Ainda não vi o filme, mas tenho lido boas coisas sobre ele. Fica para esse fim de semana.
  Bernardo Krivochein    sexta-feira, dezembro 21, 2007    0 comentários
 
 


(DOISMILE)SETE FRAMES CINEMA – Adendo e Comentários

(aos comentaristas “br” e “Lucas”: eu respondo a vocês no corpo desta mensagem)

Quando vocês estiverem navegando pelo especial de final de ano publicado hoje a duras penas no site principal, espero que consigam relevar algumas falhas gritantes, como chamar Leslie Mann – atriz de “Ligeiramente Grávidos” – de Leslie Bibb – atriz da série “Popular”, a ausência de um parágrafo sobre o DVD de “Killer of Sheep” de Charles Burnett quando o filme aparece citado na lista de Melhores Edições de DVD do ano, a não citação do título de “My Blueberry Nights” na listagem de Filmes Perdidos no ano quando eu o comento no corpo do texto explicativo da seleção ou a repetitividade de uma certa repetição repetitiva na escrita (rapaz, eu devo gostar muito deste termo "certamente"). Sim, são erros que só poderão ser corrigidos em 2008, porque a edição do site sai hoje de férias. Tanto as resenhas novas quanto os artigos foram um longo processo de gestação mental e um parto atômico durante o fim de semana, para cumprir o prazo de 10 de dezembro, que me pegou completamente desprevenido. Não consegui escrever sobre todos os filmes que gostaria (daí os links ausentes em alguns dos filmes favoritos) e nem os artigos que ambicionava. Mas o que está lá é o que está lá e espero que esclareça um pouco os filmes, diretores, atores que fizeram o nosso ano.

Isso não quer dizer que, com estas férias, todo o site ficará abandonado; pelo menos no que se refere a este blog, eu pretendo manter a bola rolando, talvez mais do que nunca. Eu, ao contrário da edição, não entrarei de férias. Bem, não totalmente. Não apenas pretendo concretizar outras colaborações como também estou preparando – exclusivamente para o blogIndie – algo que deve ficar muito legal, uma espécie de almanaque cinematográfico de férias. Sinceramente, não posso falar dos melhores filmes não americanos já feitos em todos os tempos, pois não vivi todos os tempos: eu vivo no agora e nem do agora posso falar com propriedade, só posso falar do que descubro e daquilo que acredito. Com a publicação futura daquilo que estou reservando para este blog, espero satisfazer esse pedido em parte com a indicação de alguns bons filmes.

“Se vendeu”, provavelmente dirá de mim aquele que me cobrar minha posição de “não gostar de listas”. Continuo desconfiando muito delas. Não fiz o (DOISMILE)SETE FRAMES CINEMA tanto para mim, quanto fiz para os filmes que gosto, não sinto necessidade de fazer essas curadorias pessoais, mas passei a entendê-las melhor ao invés de atacá-las. As pessoas gostam de sistematização, de competição, de escolher; as listas divertem, então vamos deixá-las escolher, se divertirem, se imporem. Ficaria, no entanto, muito feliz se as pessoas enxergassem a lista mais como uma proposta de filmes a serem vistos e descobertos do que uma imposição concreta, invariável, arrogante. Eu posso perfeitamente incluir novos filmes nessa lista – e pretendo.

Fico feliz em saber que, após falar de um filme, existem pessoas que correm atrás deles e, melhor ainda, aliviado ao perceber que o filme teve alguma importância e impacto para elas. Lucas, falo de “The Great Ecstasy of Robert Carmichael” melhor na seleção de filmes favoritos de 2007, mas adiciono o seguinte: na frente da câmera, encenação. Talvez a violência de “Baixio das Bestas” causasse o impacto almejado se mantida como a de “The Great Ecstasy...”: presente, mas obstruída (a cena do estupro mostrada através de um jogo de sombras no filme brasileiro não conta: é apenas uma encenação que o diretor não conseguiu resolver como enquadrar). Ainda acho que o texto de Zanin parte de um lugar comum: o espectador cinematográfico em geral seria tão ingênuo e imaturo (waal...) que fatalmente está obrigado a imitar o comportamento encenado nos filmes – o garoto sairá esfaqueando pessoas no acampamento como a patricinha irá se vestir feito a vagabunda de “O Diabo Veste Prada”, ou seja, a idéia de cinema como um combo simultâneo de propaganda e item de consumo. Sim, estes imbecis que vêem “Velozes e Furiosos” e saem tunando carros para fazer pegas existem de fato, mas será que deveríamos nivelar o cinema por baixo só por causa de um bando de ignorantes que não conseguem encontrar originalidade em si mesmos? Se este for o raciocínio, o que esperar do espectador que assiste a “Baixio das Bestas”? Ele vai sair estuprando tudo o que é Edileuza por aí.

Enfim, chega de reclame. Aos que se interessarem, as seleções de (DOISMILE)SETE FRAMES CINEMA estão lá para quem quiser. Nos comentários, estarei disposto a responder quaisquer dúvidas ou admitir qualquer omissão. Avanti.
  Bernardo Krivochein    terça-feira, dezembro 11, 2007    5 comentários
 
 


A QUESTÃO DA VIOLÊNCIA

Chegou-me uma mensagem de um leitor que veio a conhecer a página da Zeta Filmes através do comentário postado num texto do Zanin no Estadão sobre a estetização da violência nos filmes especialmente de Park Chan-wook. De fato, o há. Mas aí o texto do repórter do Estadão entra numa de que a violência de “Baixio das Bestas” justifica-se – e a de “Lady Vingança” não – porque Cláudio Assis a utiliza para acusar o atraso da região e a degeneração que ela impõe aos personagens, que a utiliza com nobres fins, o que é de uma ingenuidade e de uma imbecilidade politicamente correta de dar dó.

Em “Lady Vingança” a intensidade da violência só é equiparada pela sua superestetização, pelo exagero de sua mise-en-scene. O complô denunciado, o espetáculo assumido. A violência, ou pelo menos a ênfase e a intensidade como ela é representada em cena (e que afeta os estômagos mais sensíveis – mesmo que Zanin pareça preferir uma violência cinematográfica a qual se consiga permanecer indiferente...), é completamente desnecessária, dispensável. Já em “Baixio das Bestas”, para operar seu tom acusatório, Cláudio Assis dá aos atos de violência desse “mundo real”, até então sem sentido e repreensíveis, a função de enfurecer o espectador, de prova do absurdo. Representada sem glamour ou idealizações, a violência que era condenada, agora passa a ser necessária, justificada, indispensável, como artifício narrativo e ideológico. Filmes como “Baixio das Bestas” que fazem da violência explícita técnica de choque contra o espectador apenas servem para cimentá-la socialmente (a violência passa a servir para alguma coisa: inspira filmes engajados sobre ela; logo, torna-se necessário para o cineasta e para a platéia preservá-la). Filmes como “Lady Vingança” – e não precisa ser exatamente o próprio “Lady Vingança” - exorcizam-na, pois são tão artificializados e encenados ao ponto de neutralizarem qualquer credibilidade da cena de violência ou seu potencial de ser discutida seriamente (a questão dos trash movies, inclusive). Essa repreensão de uma violência cinematográfica em privilégio doutra é apenas sadismo maquiado de consciência social, que anseia pela violência não pelos risos debochados durante a sessão, mas pelas demonstrações pornográficas de conteúdo nas discussões de bar da pós-exibição.

Então mil desculpas, Zanin: não colou. Além de ficar óbvio para qualquer um que assista “Baixio das Bestas” – ou “Amarelo Manga” neste caso – que Assis possui fixação sexual pela imagem grotesca e pelo efeito estarrecedor que procura causar no espectador (todos os seus filmes parecem sempre se desesperar na reta final, transformando-se num circo aleatório de horrores, desesperados pelo choque a todo custo), fica também claro que você, e todos os comentaristas de seu blog que apóiam sua visão, ainda caem nesse equívoco moribundo de ir ao cinema procurando “realidade”. Quando vocês encontram aquilo que vocês assumem como “realidade” num filme (a representação que corresponda aos pré-conceitos pré-fabricados), torna-se o bastante para cegamente apoiá-lo, sem enxergar-lhe as contradições (caso do sucesso de “Tropa de Elite”, um filme que se define mais pelas suas omissões factuais do que pelo que se vê na tela, oh tão mais fabricado e estetizado do que “Lady Vingança”), cinema funcionário público que arranja um empreguinho para a amiga violência no balcão de atendimentos. É preciso resgatar a máxima de Godard - “Cinema é verdade 24 vezes por segundo” - dos maltratos de interpretações politicamente engajadas. O Cinema, por ser verdade, não traz exatamente a realidade da realidade, mas sempre a realidade do filme, que é o verdadeiro sentimento por trás da frase de diálogo que o contradiz, o sorriso do personagem que esconde a verdadeira tristeza do autor e, especialmente, as verdadeiras intenções de um filme quando seu autor, tão arrogantemente convencido de sua certeza, acredita estar realizando um j’accuse social e termina realizando um j’accuse pessoal de suas taras.
  Bernardo Krivochein    sábado, dezembro 08, 2007    2 comentários
 
 



Último dia do Indie em São Paulo: assista à Monstro de 4 Olhos em versão única

Chegamos ao último dia do INDIE SP.Na programação de hoje dois filmes que ainda não foram exibidos: Oriente Desperdiçado de Kevin Fritz da Plexifilm, documentário sobre uma banda punk chinesa e seu modo de vida na China atual; Monstros de Quatro Olhos de Arin Crumley e Susan Buice.

"Four Eyed Monsters" passou no Indie em 2005 e foi apresentado pelo Arin e muito bem recebido pelo público jovem. Este filme teve uma maneira de divulgação e distribuição independentes inédita. Os dois não só viajavam promovendo o filme como fizeram podcasts de diários sobre todos os processos que envolviam esta promoção. Criaram uma campanha na Internet para pagar as dívidas e para arrecadar dinheiro para a próxima produção. Disponibilizaram o filme no YouTube e no seu próprio site, acabaram ganhando uma distribuição pelos EUA (Withoutabox.com)e lançaram o DVD.

O filme que será exibido hoje é o primeiro corte, então é uma versão um pouco diferente do que a que se encontra online. Acho esta versão que será exibida hoje no CINESESC, às 21:50, mais interessante. Eles mexeram tanto no filme que a última versão ficou um pouco "over". Acho que está mais do que na hora destes dois talentos partirem para uma nova produção ( tenho quase certeza que vão acabar sendo absorvidos pela grande indústria), mas ser indie nos EUA não parece ser tarefa muito fácil não. Eles não cansam de reclamar da falta de incentivo e todas a maneiras de conseguir dinheiro são "comerciais", e não institucionalizadas como aqui.

Para quem não conhece o filme e quiser saber mais vá ao site deles e contribua para que estes dois indies possam realizar o próximo filme:Monstro de Quatro Olhos.

O INDIE SP terminando e o ano também...

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  Francesca Azzi    quinta-feira, dezembro 06, 2007    1 comentários
 
 



O que ver no Indie 2007 em São Paulo? (#6)

O documentário, Rock'n Tokyo, da paulistana Pamela Valente sobre a cena underground do rock japonês será exibido nesta quarta, dia 5/12, sessão única e imperdível no CINESESC! Em depoimento abaixo ela, que esteve no Indie em Belo Horizonte (foto) e que atualmente mora em Paris, fala um pouco sobre esta experiência para o blog.

"O Japão não faz parte desse mundo. Isso foi uma das primeiras coisas que pensei –percebi !- quando fui morar em Tóquio. E até hoje estou convencida disso – os japoneses são aliens.

Mas é uma delícia morar nesse outro planeta. Para mim, foram dois anos de pura felicidade acelerada. Acelerada porque tudo vai muuuuuito rápido em Tóquio, são pessoas novas que você encontra todos os dias, lugares novos, coisas novas que você aprende todos os dias. E felicidade porque é fácil e estimulante viver por lá.
Rock ‘n Tokyo nasceu no fim da minha estadia em Tóquio. Eu tinha que voltar para Paris para não perder uma história pessoal (eu ou Tóquio, uma variante de eu ou ele), mas eu não podia ir embora sem gravar de alguma forma essa cidade incrível, sem contar para os terráqueos um pouco do que acontece naquele outro planeta. Então resolvi filmar Tóquio de um ângulo que ninguém imagina que exista, mostrar uma Tóquio que não é ordenada, não é disciplinada, não é limpinha e obediente.

Eu frequentava muitos shows de rock e tinha amigos roqueiros, mas as bandas que estão no filme não eram amigos meus. São algumas das minhas bandas prediletas, e estão entre as que fazem mais sucesso nesse meio underground. É importante saber que todos os grupos do filme – e mais milhares de outros que existem na cidade- são totalmente underground, vivem completamente a parte da vida « normal » da cidade. Meus amigos japoneses « normais » nem sequer conheciam o nome desses grupos. Até mesmo as meninas de The 5678s, que aparecem no Kill Bill 1 do Tarantino são ilustres desconhecidas no Japão.

Ao mesmo tempo, todos esses grupos existem, tocam, vivem nesse meio underground. Existe toda uma rede de clubes onde eles tocam –você pode assistir shows de rock todos os dias da semana em Tóquio-, selos independentes que editam seus discos, disqueiros que vendem esses discos, gente que compra camisetas, pins, bonés e tudo o mais. É um verdadeiro mundo paralelo.

Por isso eu quis mostrar no filme também algumas cenas com os conhecidos « sararymen », os engravatados assalariados de empresas. Esses caras e os roqueiros punk ou garagem vivem em mundos paralelos, embora estejam na mesma cidade ao mesmo tempo.
O que todos eles têm em comum, por serem japoneses, é uma gentileza extrema. Mesmo o mais punk dos punks vai ter o cuidado de verificar que você está com uma cerveja na mão durante uma festa.

Mas nem tudo são flores. Nesse meio rock underground, as pessoas VIVEM de verdade assim, não estão só fazendo pose. Um dos caras mais legais que eu filmei, um punk de uma grande intensidade e sinceridade, morreu no fim das filmagens de estafa e dos excessos. Live fast, die young. Uma menina que aparece em várias cenas do filme nos shows e também no karaokê está hoje presa – ela perdeu as estribeiras, tentou esfaquear o namorado e acabou incendiando o prédio onde ele morava. Intensidade e sinceridade – live fast, die young." (P.V)

(Leia a sinopse do filme e veja o horário no site)

Amanhã dia 03, terça-feira, última chance para:
14:00 – AMERICAN HARDCORE, de Paul Rachman, EUA, 2006, 100´.
17:50 – DIRIJA BEM, DURMA COM CUIDADO: NA ESTRADA COM DEATH CAB FOR CUTIE (Drive Well, Sleep Carefully: On the Road with Death Cab For Cutie), de Justin Mitchell, EUA, 2005, 86’.

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  Francesca Azzi    segunda-feira, dezembro 03, 2007    2 comentários
 
 


Algumas imagens do Indie SP, algumas palavras sobre Hong Sang-Soo

O Indie começou com o pé direito em São Paulo. Isto porque o CINESESC é um lugar maravilhoso com um público já cativo e assíduo. O Indie trará novos públicos? Esperamos que sim... Os jovens que ainda não conhecem o espaço, tomara! O espaço é vital.

Ontem as pessoas esperavam no saguão de entrada pelo Hong Sang Soo, "A Virgem Desnudada pelos Seus Celibatários"( detalhe o filme foi exibido em 35mmm, como tentei fotografar abaixo). E adorei um comentário de uma destas pessoas na saída:" - Olha o filme é diferente... bem, mas não é isto. O filme é difícil mas pensando bem, não é difícil. O filme tem um ritmo... diferente, assim,você sabe é mais lento, mas não é isto..."( Isto diz respeito a esta sensação que os filmes de Sang Soo nos causa, de nos deixar muitas vezes no ar. Muito se deve a montagem que não é linear e só conseguimos juntar as partes depois de assistir ao todo ou ao ver pela segunda vez.)

O jornalista Cássio Starling escreveu (na Folha de sexta-feira, dia 30/11, na Ilustrada) uma crítica sobre o cinema de Hong que achei muito pertinente e maravilhosa ( leia na íntegra aqui se for assinante).

Ele, Cássio, diz: "Como no cinema do francês Éric Rohmer, uma das mais evidentes influências da obra de Sang-soo, o banal funciona como uma armadilha para o olhar desatento. Uma história de amor começa, se desdobra, alcança aquele ponto inevitável em que se aproxima do fim e, subitamente, é outra história que passamos a assistir, que de algum modo ecoa aquela primeira. Ou são os dois personagens envolvidos numa mesma história, da qual vemos primeiro a perspectiva de um, depois a de outro, ou pode ser as de ambos embaralhadas. Uma mesma cena, de amor físico, sobretudo, pode se repetir com pequenas variações."

E Cássio continua... "Trata-se de um cinema que exige muita atenção, pois seu segredo se esconde nas minúcias dos gestos que diferem e nos instantes que produzem as rupturas. Não é fácil tentar identificar tramas em seus filmes. O que Sang-soo encena são situações, daí a impressão de uma sucessão de esquetes e de histórias que parecem nunca começar. Desta indeterminação, porém, é que resulta uma sofisticação que pode passar despercebida. Ela se concretiza, em particular, na forma como o diretor manipula o tempo, rompendo a linearidade e a univocidade. Suas elipses abruptas são os mais seguros índices de que algo se passou. Como nas nossas vidas, o modo como Sang-soo conduz seus personagens nos leva a perceber e concordar que o tempo tem lá suas próprias regras. E que só nos resta estar bem atentos a seus efeitos."

Na falta de nosso fotógrafo e amigo oficial, o Alexandre Mota, eu me arrisquei em algumas fotos.

Abaixo: o filme de Sang Soo, o público na entrada e saída da sala, um cara 'a cara do Sang Soo' lendo sobre Sang Soo, e na abertura os queridíssimos Luiz Zakir, Simone Yunes e Marcelo Bressanin e nós, da Zeta Filmes (Saúde!). A Rua Augusta, à noite.











  Francesca Azzi    domingo, dezembro 02, 2007    0 comentários
 
 




O que ver no Indie 2007 em São Paulo? (#5)

O documentário inédito American Hardcore será exibido hoje, sábado, dia 01.

O INDIE exibe dentro da programação do Música do Underground o American Hardcore (AH) - um registro histórico do movimento hardcore americano surgido nos
anos 80.

O hardcore virou um fenômeno nos Estados Unidos nos anos 80, influenciado pelo movimento punk e, de certa forma, uma reação a onda conservadora da era Reagan. Dirigido por Paul Rachman, que dirige videoclipes, filmes e foi um dos fundadores do festival Slamdance (detalhe: AH competiu no Sundance, ambos festivais realizados juntos, em Park City), foi baseado no livro homônimo American Hardcore: A Tribal History, de Steven Blush. Para Rachman, o hardcore criou um movimento underground nos Estados Unidos que acabou dando força para todo um pensamento independente e a atitude do fuck-you — tudo sob a estética radical do DIY (Do It Youself_ faça você mesmo). E contribuiu para dar forma a uma geração inteira que tem como uma das suas principais expressões criativas a música e vai contra o cenário da América conservadora.

Paul e Steven Blush começaram a realizar o filme em dezembro de 2001 quando juntos partiram num decrépito carro modelo 1984 e viajaram por cinco horas até Boston. Excitados com a iniciativa, saíram fazendo entrevistas atrás de entrevistas, de costa a costa. Quando o número de horas de filmagem acumulou, eles tentaram conseguir patrocínio, mas rapidamente perceberam que os poucos interessados nunca tinham ouvido falar na maioria daquelas bandas. A partir daí entenderam que fazer um filme em que o assunto é o hardcore, assim como a música em si, deveria ser totalmente DIY. Paul tinha sua DV e seu laptop, Steven tinha muitos contatos e nenhum trabalho fixo. Cinco anos depois, mais de 100 entrevistas, e incontáveis xícaras de café, um documentário surgiu. Para Blush, que fez também o roteiro do documentário, o filme “é um tentativa 100% independente sobre uma subcultura 100% independente”. (O filme acabou conseguindo ser distribuído pela Sony Pictures Classics).

American Hardcore traz depoimentos de músicos das bandas Minor Threat, Circle Jerks, Bad Brains, Articles Of Faith, D.O.A, Minutemen, Fugazi, Undead, Misfits, Bad Religion, White Cross, Marginal Man, Heart Attack, Black Flag, Middle Class, SS Decontrol, Impact Unit, Mighty Mighty Bosstones, Gang Green, Millions Of Dead Cops, Vatican Commandos, Zero Boys, Dag Nasty, Bad Religion, McRad, Fear, Red Hot Chili Peppers, Adolescents, The Faith, Iron Cross, Flipper, Dead Kennedys, Suicidal Tendencies, The Replacements, entre muitas outras.

Horários em que American Hardcores será exibido no CINESESC.

Para completar ainda mais a incursão neste universo vale ver também a cena punk na China, no filme Oriente Desperdiçado ( Horário no CINESESC.) de Kevin Fritz e o rock, punk, rockabilly japonês no documentário da brasileira Pamela Valente, Rock´n Tokyo ( Horário no CINESESC.). (Publicado no indie.Zine)
  Francesca Azzi    sábado, dezembro 01, 2007    0 comentários
 
 
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