blogINDIE 2006


Tribeca Film Festival: meio margherita, meio calabresa




Basta observar as fotos acima dos filmes que irão ser exibidos no festival novaiorquino Tribeca Film Festival, liderado pelo ator Robert De Niro e co-produzido por Jane Rosenthal e Craig Hatkoff, para entender a miscelânea da sua programação. O Tribeca, nome de um famoso (antes alternativo) bairro ao sul de Manhattan, começou na quarta-feira, dia 25, e se extenderá por 12 dias, terá em sua programação 157 filmes longas, 88 curtas de 47 países. Na competição, 18 longas concorrem ao melhor filme de ficção e 16 ao melhor documentário.

A programação se divide em grandes pré-estréias americanas ( Como "Homem Aranha 3", foto1), filmes premiados em festivais europeus (“Lady Chatterley” de Pascale Ferran que ganhou o César, Oscar francês, foto 2) e revelações de novos diretores e novas cinematografias (como o turco "“Times and Winds” que examina através dos olhos de 3 crianças a vida rude de uma distante vila nas montanhas, foto 3). E claro, como não poderia deixar de faltar, um grande número de curiosos documentários (como o de Alex Gibney: "Taxi to the Dark Side.", foto 4), muitos deles tratam do Oriente Médio e da guerra no Iraque; e um montão de curtas.

A imprensa americana fica o tempo todo comparando festivais como o Tribeca com Cannes, Sundance ou Berlim, e este primeiro sai perdendo pela comparação dos jornalistas do New York Times que consideram Cannes um gigante. Aguardam as novidades de Cannes no New York Film Fest, no segundo semestre. Mas consideram Tribeca mais compromissado com o cinema mundial do que o Sundance. A meu ver a programação não é nada mal, a não ser pelos blockbusters totalmente descartáveis. Confira mais aqui.

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Ps1: Ah! Esqueci de comentar que o filme "Dirty Dancing" ( que beleza!) será exibido em comemoração dos seus 20 anos! Vocês estão ficando velhos, hein?

Ps2: Veja o Red Carpet da abertura do Tribeca, meio disperso, mas a jornalista do New York Times, Melena Ryzik, faz um tipo bem crítico e irônico com perguntas um tanto fora do padrão.
Logo depois tem uma crítica do " Síndromes e um Século" por A.O. Scott. Aqui!
  Francesca Azzi    quinta-feira, abril 26, 2007    3 comentários
 
 


Desempacotando meu "Encaixotando"*

... put your junk in that box...

*(um alô pá rapaziada do Walter Benjamin)


"Surveillance" é o nome do projeto cinematográfico de Jennifer Chambers Lynch, no qual um agente do FBI segue rumo à Cidadepequenaqualquer, EUA para investigar um caso, mas todos os habitantes mentem cronicamente. No limbo desde o fracasso de "Encaixotando Helena" em 1993, "Surveillance" já conta com nomes como Bill Pulmann, Julia Ormond e Pell James (de "Zodíaco") no elenco, mas sabe-se pouco do projeto além de um genérico "thriller sobrenatural indie".

A notícia nem importa, (para falar a verdade, a notícia acima só foi escrita depois dos seguintes parágrafos) é só uma desculpa para compartilhar memórias de uma das maiores prostrações da minha vida cinematográfica. Eu era pré-adolescente a primeira vez que soube da história de "Encaixotando Helena", filme da filha de David Lynch - que já era considerado um diretor bizarro numa época que ele nem era tão bizarro assim. Para mim, não haveria pessoa no universo que não se sentiria instigada pela sinopse: homem decepa os membros de uma mulher e a mantém encaixotada! Genial! Incrível! Quem dera eu ter essa idéia! Um clássico cinematográfico, na certa!

O filme estreou nos cinemas em circuito limitado no Brasil e foi uniformemente esculachado e/ou ignorado por todos (vi um famoso/detestável crítico num finado programa de TV detonando o filme exatamente pelas mesmas razões que me faziam desejar assisti-lo, talvez uma precoce manifestação anti-crítica "especializada") , mas nem me interessava. Não demorou muito e numa das minhas visitas diárias à Videoteca do Leblon, lá estava o filme na prateleira de lançamentos. Aluguei-o como quem aluga o Santo Graal. E como era uma época em que eu não fazia tanta cerimônia antes de assistir um filme em casa (hoje em dia, eu faço um monte de viadagens, tento criar um ambiente de concentração, etc.), enfiei o cassete no ainda-moderno VCR de 4 cabeças da Panasonic - o único aparelho de VCR que tivemos durante toda a Era do Vídeo (1981-1999 d.C.).

Até alguns anos atrás, "Encaixotando Helena" era um dos filmes que eu tinha visto mais vezes (14 reprises), mas com uma peculiaridade: eu o detestava. Eu detestava - melhor, desprezava aquela porra de filme desde a primeira vez que o tinha assistido.

Mas antes um pouco de background: nessa época eu era pré-adolescente e tinha me mudado para uma nova escola outra vez (a sexta de um total de 8), algo que detonava minha auto-confiança e atrapalhava o processo de socialização. Pior: era aquela fase estranha que ninguém gosta de lembrar e eu era tão feio, mas tão feio (e classe média num colégio de riquinhos, e mal vestido, e alternativóide num colégio de playboys, e arrogante, e deprimido, etc.) que não bastava eu já me sentir mal comigo mesmo, as pessoas se davam o trabalho de atravessar a rua só para me informar do quão feio eu era (tome o tempo até o seguinte ponto-e-vírgula para rir, pois depois dele informarei algo triste; isso aconteceu de verdade). Cicatrizes para o resto da vida e eu não consigo nem passar na frente do colégio hoje em dia (o lugar era um purgatório: tive outros colegas que compartilham hoje da mesma ojeriza).

Antes que me desvie completamente, o motivo desse detestável flashback. Tinha o galã da sala, convenientemente chamado Fábio, que era um desses garotos que não bastava ter olhos verdes e cabelo bom, a genética também o favorecia na corrida hormonal, fazendo-o ser mais alto e parecer mais velho antes do tempo. Eu o odiava como se ele tivesse estuprado meu cachorro. Ah, e ele também era sociável e popular e engraçado e irresistível tanto para os playboys quanto para as garotas. Uma de suas marcas registradas era a padronização do final de suas redações: indpendente do assunto ser a violência, as eleições, as férias ou qualquer emoção sintética que as professoras tentavam extrair de um grupo de absortos, Fábio sempre (e eu digo "sempre") terminava as redações assim:

"...e aí minha mãe entrou no quarto e disse: 'acorda Fábio, que você está sonhando.'"

E as pessoas riam e riam e riam. Eu tinha que me desdobrar só para passar desapercebido e sobreviver ao colégio, e esse filho da puta só lá, peidando colorido.

Se você lembra do final de "Encaixotando Helena", já sabe onde isso vai dar. Após de duas horas completamente indiferentes à toda expectativa que eu tinha investido no filme, se revelando um thriller erótico/psicológico ao invés da aventura romântica bizarra protagonizada por um homem e um toco de mulher, o filme vai ao cúmulo de ser apenas um sonho. Se coração tivesse saco, foi lá que "Encaixotando Helena" enfiou seu proverbial pé metafórico.

Acho que vi "Encaixotando Helena" as outras 13 vezes (e estou contando apenas as vezes que eu oficialmente me dei o esforço de alugá-lo - pude ver ainda algumas reprises na Bandeirantes) por incredulidade. Antes de sequer ter visto o filme, eu tinha inventado um outro "Encaixotando Helena" inteiro na minha cabeça, inspirado pela possibilidade de se possuir um ser humano portátil não-anão. "Será que ele vai comer ela desse ou daquele outro jeito" e outros questionamentos logísticos afloravam. A minha imagem mental preferida era a de uma Helena rolando colina abaixo, fora de controle, e caindo dentro de um rio, boiando ao sabor da correnteza enquanto um desesperado Julian Sands corria para resgatá-la. O filme de Jennifer Chambers Lynch poderia ter tudo isso e ela preferiu fazer stripteases ao som de Enigma (a famosa "Melô do Padre") e jogos psicológicos/gramaticais. No fundo, acho que eu desejava que o filme fosse ser diferente a cada reprise - não literalmente, mas que eu desvendasse sua grandiosidade, o que nunca aconteceu. Ou talvez o revisitasse porque euacabava vendo o filme da minha cabeça, que era muito superior. Tempos depois eu me engajei em reescrever o roteiro para fazer um remake arte crítica pobre, que nem a garota que refilmou "Sonhos Rebeldes"(Valley Girl, hit dos anos 80 estrelando Nicholas Cage em início de carreira, que nunca passou nos cinema brasileiros - eu já vi e é uma'graxinha') com uma digital, cenários toscos e seus amigos no elenco e o remake se tornou peça de exposição em museu (queria até passar no Indie), mas o esforço era demais. Na última vez que revi oficialmente o filme, o "Encaixotando" mental tinha desaparecido da mente. Tive que me conformar. O filme que eu mais esperava na vida foi roteirizado pelo Fábio. O Fábio estava trabalhando em cinema e eu não.

Mente que trabalha sozinha sem supervisão está conspirando em destruir o corpo. Engraçado lembrar da cadeia descontrolada de associações que você faz quando se permite atingir por besteira. Parece que eu fiz grande caso da decepção do filme na época - o que faria de mim um loser completo - mas não foi o caso, mesmo embora eu não tivesse uma vida digna de nota e coisas como essa ocupavam um ridículo espaço nos meus pensamentos. Uns três ou quatro anos atrás, vi o tal do Fábio de novo de dentro do ônibus, saindo da Cândido Mendes, vestido-se dessa maneira afetada que os wannabes de modelos se vestem. Continuava com a mesma cara, mas fui atingido de súbito por uma observação, uma impossível de conceber na época do colégio, aquele microcosmos no qual querem resumir a existência dos alunos como indivíduos e, como conseqüência, fazem os adolescentes perder os parâmetros. Era algo óbvio, que eu sempre soube. Não é que eu tinha esquecido, mas a histeria coletiva em torno dele não me permitiu notá-lo, de dar-lhe o verdadeiro peso:

Caralho, o Fábio não tinha queixo.
  Bernardo Krivochein    sexta-feira, abril 20, 2007    5 comentários
 
 


CANNES 2007: Tarr! Van Sant! Akin! Karuse! Chang-dong! Assayas! Kar Wai!

Isso é que dá ficar acordado até tarde: em vez de ter um bom sono, você acaba tendo pesadelos ao flagrar Adriane Galisteu e um socialite capenga do RJ (agora contratado do SBT devido às intervenções de um apresentador da casa, também... "emergente") discutindo cinema e ter que ouvir que tal socialite - que faz questão de ir ao Oscar com seu namorado gordo todos os anos - agora privilegia o Festival de Cannes porque é "menos pretensioso e a Croisette é muito chique."

Saber que o Festival é tão mal freqüentado fica mais fácil para nós, que acompanharemos de longe os disse-me-disses da competição, anunciada hoje após um bom número de especulações acertando na mosca. Ficaram de fora alguns dos mais aguardados, como "Youth Without Youth" (fontes já haviam dito que era impossível o filme ficar pronto a tempo) e boas surpresas se mantiveram secretas até o final. Lista da Competição Oficial segue abaixo, tirada do Press Release (será updateado com a Director's Fortnight, a Semana da Crítica e Un Certain Regard ao longo do dia):

CANNES 2007: Seleção Oficial

Filme de Abertura: "My Blueberry Nights," Hong Kong, Wong Kar Wai

Filme que Passa a Vassoura: "The Age of Darkness," Canada, Denys Arcand

Em Competição:

"Une Vieille Maitresse," França, Catherine Breillat ("beba... beba o sangue do inimigo", para quem se lembra da antológica cena do chá de O.B. usado)

"Les Chansons d'amour," França, Christophe Honoré (tentativa da Cahiers du Cinema de estabelecer um crítico-auteur. "Ma mère" é horripilante, mas é curioso. ainda não vi "Dans Paris", mas me dizem que é masturbação de teórico de cinema)

"The Diving Bell and the Butterfly," França, Julian Schnabel

"Auf der anderen Seite des Lebens," Turquia, Fatih Akin (de "Contra a Parede", muito bom)

"No Country For Old Men," EUA, Irmãos Coen

"Zodíaco," EUA, David Fincher (salvo das cinzas da sessão xêpa do festival)

"We Own the Night," EUA, James Gray (um dos grandes diretores atuais, Gray extrapola Scorsese CITANDO Scorsese)

"Mogari No Mori," Japão, Naomi Kawase (quero)

"Promise Me This," Sérvia, Emir Kusturica (dispenso)

"Secret Sunshine," Coréia do Sul, Lee Chang-dong (quero)

"4 luni, 3 saptamini si 2 zile," România, Cristian Mungiu (depois que Seu Lazarescu morreu, a România virou freguês)

"Tehilim," França, Raphael Nadjari (de "Viva Argélia")

"Stellet licht," México, Carlos Reygadas (feio=mau, bonito=bom naquela merda reducionista "Batalha no Céu" que é ÓBVIO que os críticos americanos adoraram)

"Persepolis," França, Marjane Satrapi and Vincent Paronnaud

"Import/Export," Austria, Ulrich Seidl

"Alexandra," Rússia, Alexander Sokurov (e eu ainda tenho que ver "Solnste")

"Death Proof," EUA, Quentin Tarantino (a versão sem cortes)

"The Man From London," Hungria , Bela Tarr (me dá, me dá, me dá)

"Paranoid Park," EUA, Gus Van Sant (quarto filme da nova fase do Van Sant... ele tem dado sorte com os números ímpares)

"The Banishment," Rússia, Andrey Zvyagintsev (retornando de "O Retorno" finalmente)

FORA DE COMPETIÇÃO

SESSÕES DE GALA

"Sicko," EUA, Michael Moore (pffft...)

"Ocean's Thirteen," EUA, Steven Soderbergh (pfffzxxttt....)

"A Mighty Heart," EUA, Michael Winterbottom (com Angelina Jolie, pfhtyrzxwwwsstttt...)
  Bernardo Krivochein    quinta-feira, abril 19, 2007    3 comentários
 
 


Miranda July e seu mundo cor de rosa cheio de borradinhos do real


Talvez o mundo tenha uma grande variedade de tipos como Miranda July, uma gama que vai desde a turminha da merendeira e vestidinhos pops nos anos 80, as assíduas frequentadoras de brechós e sebos, ou quem sabe o mundo privado das Emily Dickinson ("Para fazer uma campina basta um só trevo e uma abelha. Trevo, abelha e fantasia. Ou apenas fantasia. Faltando a abelha."),poetas, poucas e invisíveis, que atrás de seus óculos de timidez tornam cada detalhe da vida ordinária um signo. As emilies, são um tipo que amamos, conhecemos a fundo, todo mundo já teve uma bem próxima, no bolsinho da jaqueta jeans com prespontos (ou pespontos?) alaranjados. Já as julies são ainda mais complexas, emilies imagéticas, porque sairam dos bordados da poesia, no micro universo da casa ( ai que saudade, da casa, da intimidade, do mínimo mundo, e da felicidade temporária) para as artes plásticas( video e instalações) e da poesia para o cinema. Você assistiu "Eu, você e todos nós"? (não tem crítica no site da Zeta Filmes, que falha!). Agora foi lançado em DVD, então você poderá conhecer um pouco ou quase tudo do que é Miranda July.
Mas a novidade de July este ano, este mês, é seu livro "No one Belongs here more than you" que vem com capas de duas cores para você combinar com a roupa que estiver usando... Esta e outras brincadeiras, ela faz no site para promover o seu livro, escrevendo em cima da geladeira e depois no fogão... eu adoro este jeitinho da July e você? Visite o site do livro!
  Francesca Azzi    quarta-feira, abril 18, 2007    3 comentários
 
 


Recap Fest 17/04: Versão Modo de Segurança

(desculpe-nos pelo atraso do post: o computador está lentamente se esvaindo; um novo será providenciado e as atividades no site retornarão ao seu... "normal"?)

>> Bilheteria 1: Grindhouse é oficialmente um fracasso de bilheteria, caindo da 4a. para a 10a. posição na segunda semana. A expectativa de sucesso foi gerada pelos nomes associados ao projeto, mas a aura dos filmes que homenageam imperou, já que grindhouses não são exatamente filmes de apelo popular. Sem contar uma sessão dupla de 3 horas de duração, uma ousadia que definitivamente deve ter assustado o espectador médio, impaciente. Harvey Weinstein declarou que pretendia relançar os filmes separadamente nos EUA. Uma reportagem no jornal O Globo deu a entender que a Europa Filmes, distribuidora do filme no Brasil, decidiu separar também o lançamento dos filmes (o primeiro em agosto, o segundo, dois meses depois), quando é conhecido que a venda dos filmes independentemente foi uma estratégia dos Weinstein (até onde eu sei, a Europa fez esforço para trazê-los como um longa só). A data do laçamento nacional foi determinada pelas agendas de Tarantino e Rodriguez, que virão ao Brasil promover os filmes. UPDATE: começaram a chover notícias de que durante o segundo fim de semana, os cinemas estavam separando os filmes Planet Terror e Death Proof. A verdade é que o departamento de marketing da Weinstein Co. estava testando novas possibilidades de approach para tentar fazer o filme funcionar no mercado. Como tanto a versão double feature quanto as versões separadas fracassaram, os Weinstein já não mais relançarão os filmes separadamente nos EUA, preferindo deixar que Grindhouse morra lentamente na bilheteria e acelerar o lançamento do DVD, que inclusive virá sem nenhum extra de destaque.

>> Bilheteria 2: Mais surpresa do que o sucesso do teen thriller Disturbia (estrelando o bola-da-vez Shia LaBoeuf) foi o lançamento da versão cinematográfica do desenho da faixa adultswim no Cartoon Network: Aqua Hunger Teen Force Colon Movie Film For Theaters. Deixe-me explicar por que estou ansioso para assisti-lo: 1) é o filme cuja promoção fez parar Boston, confundida com uma ameaça de bomba (o governador deve estar se sentindo idiota por ter feito escândalo por causa de um desenho sobre um milkshake, um pacote de batata-frita e uma almôndega suburbanos); 2) é produzido e editado por Jay Wade Edwards, cujo longa-metragem Stomp! Shout! Scream! foi exibido no INDIE 2006; 3) a cena de abertura que transforma os avisos usuais sobre comportamento no cinema ("faça silêncio, desligue seu celular, etc.") num musical heavy-metal aparentemente imperdível, com direito a palavrões inomináveis, e principalmente; 4) me disseram que um dos piores filmes já feitos, ao ponto de deixar os fãs mais maconheiros frustrados. Quando eu ouço que um filme é insuportavelmente ruim, me sinto provocado a assisti-lo imediatamente: tal qual aquelas camisetas com os dizeres "Eu Sobrevivi a Kumba, maior montanha-russa invertida do mundo", eu quero mostrar que eu agüentei até o fim, que sou macho para caralho porque agüentei até os créditos finais. Na realidade, as críticas tem sido até favoráveis ao filme, considerando-o uma obra absurdista instigante. Estou postando isso porque, apesar de tudo, Aqua Hunger Teen Force foi o filme mais lucrativo da semana: seu orçamento de menos de 1 milhão triplicado logo no lançamento. O filme ocupou um respeitável 11o. lugar. E 5) O Melhor Poster dos Últimos Tempos, referenciando um dos grandes filmes da história, Férias Frustradas. Eu DESEJO essa coisa na minha parede!

>> Entrando em Cannes: Gael García Bernal é presidente do júri da Semana da Crítica. Martin Scorsese vai dar aulão (só se for de geometria, porque de cinema... tá maus). Stephen Frears é o cabeça do júri da Mostra Competitiva Principal. 13 Homens e Um Segredo irá manchar o carpete vermelho numa exibição fora de competição. Smiley Face, comédia nonsense sobre as desventuras de uma Anna Faris cheia de maconha na cabeça dirigida por Gregg Araki, está na Director's Fortnight, assim como Chop Shop de Ramin Bahrani (Man Push Cart, que pessoalmente não gostei, mas o talento de Bahrani e de toda a equipe fica evidente). Héros de Bruno Merle abrirá a competição Semana da Crítica. Toda a programação de Cannes sai nessa quinta-feira.

>> Entrar em Cannes é mais gostoso se for juntinho: 33 diretores faznedo curtas de 3 minutos sobre sua perspectiva atual sobre o cinema enquanto espaço físico além de transmitir uma idéia de paraíso. Os curtas serão amarrados num longa de 100 minutos em comemoração ao 60o. aniversário do Festival de Cannes. Título: To Each His Own Cinema. Gente: Angelopoulos, Assayas, Dardenne, Salles, Konchalovsky, Lelouch, Loach, Polanski, De Oliveira, Hsaio Hsien, Kaurimaki, Gitai, Kiarostami, Kitano...

>> Tá dentro, tá fora: depois de meros três dias de filmagens, Chow Yun-fat abandonou as filmagens de Battle of Red Cliff, retorno de John Woo às raízes no qual Yun-fat seria (foi?) o protagonista. Os motivos variam entre um possível ataque de estrelismos da parte de Yun-fat que fazia "cem exigências impossíveis" e o produtor americano enfiou o pé no chão, e reclamações de Yun-fat que, recebendo o roteiro em cima da hora, não teve tempo de se preparar adequadamente para o papel. Rumores que um antigo amigo de Woo irá substituir Yun-fat no longa.

>> La Chinoise: a Comissão Cinematográfica Chinesa está toda prosa de enviar 6 filmes para a seleção Cannesiana. Títulos como The Knot, Tokyo Trial e Love In The City. Lembrando a celeuma "Summer Palace" do ano passado, os filmes podem ser inscritos independentemente da Comissão Nacional. O rebelde da vez é The Sun Still Rises de Jiang Wen.

>> Abaxitong Assinathakul: mesmo declarando-se satisfeita com o filme Syndromes And A Century, a comissão de censura cinematográfica da Tailândia exigiu que quatro cenas fossem editadas para o lançamento local do longa-metragem. De acordo com o Bangkok Post, as cenas de conteúdo questionável eram a de um monge tocando guitarra, um grupo de médicos bebendo uísque no porão de um hospital, um médico beijando sua namorada dentro do vestiário do hospital e dois monges brincando com um UFO de controle-remoto. E eu quero ver um filme que contenha tudo isso. O diretor, Apichatpong Weerasethakul (escrevi de cabeça, visse?), em resposta, suspendeu o lançamento do filme e declarou:

"Eu, enquanto um cineasta, trato as minhas obras como trato meus filhos e filhas. Eu não ligo se as pessoas os amam ou os desprezam, desde que eu os tenha criado com as melhores intenções e o máximo de esforço. Se as minhas criações não podem viver livres nesse país, deixem-nos ser livres. Não há motivo para mutilá-los por medo do sistema. De outra forma, não existe motivo para um indivíduo continuar fazendo arte."

Se você quiser se expressar, faça como este que vos fala e assine o abaixo-assinado a favor de Weerasethakul e contra a censura nesse link. Como prêmio, eu deixo o melhor link da semana para você visitar depois: "Invisible LOL Cats" - fotos de gatos operando maquinárias invisíveis com direito a legendas explicativas.

>> Miike Madness: ele ainda tem que lançar a versão japonesa de Django, a versão cinematográfica do game da Sega, Yakuza (com Kazuki Kitamura no papel principal!), foi anunciado o remake do longa Daimajin, para a Kadokawa Pictures pelas mãos do diretor, a mesma por trás de The Great Yokai War, além de uma possível adaptação cinematográfica de um personagem de mangá. Aliás, a Media Blasters levará Zebraman (de 2004) para território americano ainda esse ano. Nunca é tarde para mais Miike.

>> Trailer do novo filme de Takeshi Kitano, Kantoku - Banzai!, uma comédia absurda aparentemente no mesmo tom do divertido Takeshis!, destinado a morrer inédito no Brasil. Veja aqui.

>> Será que agora vai? D-War, superprodução sul-coreana que há anos não consegue sair do Macintosh da empresa que lida com os efeitos especiais (o filme já passou por não sei quantos tratamentos digitais), parece que finalmente estréia durante as férias de julho em seu país de origem. Dirigido por Shim Hyung-rae, D-War mostra os dragões das lendas coreanas acordados no presente e destruindo Los Angeles, correndo atrás de Jason Behr, Amanda Brooks, Robert Forster e muitos outros anglófonos.

>> Continuação de Shaolin Soccer será feita no Japão. Stephen Chow será apenas o produtor (toque de caixa, alguém?) e o futebol será substituído por lacrosse. Vai entender.

>> Vídeo semanal obrigatório de Paul Rudd: Rudd e David Wain sobrem ao palco do show do Of Montreal para cantar "More Than a Feeling" do Boston. Platéia não acredita no momento.
  Bernardo Krivochein    terça-feira, abril 17, 2007    3 comentários
 
 


Por que "The Virgin Stripped Bare By Her Bachelors" é um cult

O título em inglês deste filme coreano faz referência direta ao título da obra prima de Duchamp "The Bride Stripped Bare By Her Bachelors, Even (The Large Glass)" ou o "Grande Vidro". Uma referência que poderia ser considerada quase naïve, mas que oculta a intenção do talentoso diretor sul coreano Hong Sang-Soo de dizer sobre a influência da arte ocidental e de vanguarda em seu filme "Virgin Stripped Bare By Her Bachelors". Assim como a obra de Duchamp, o filme de Hong Sang-Soo também se divide em duas partes, e também cria sensações opostas de sentido. Um ponto de vista que parece ser do futuro "noivo" e outro da, um tanto incompreensível porque jovem e virgem, Soo-Jong. Aliás, no original o filme se chama "Oh! Soo-Jong!" ( assim mesmo com uma exclamação) e é sobre ela que se curvam todos os homens do filme, inclusive o próprio Hong Sang-Soo.

Não é impressionante o que uma mulher virgem e tão bonita pode causar num homem? Mas "A Virgem Desnudada por seus Celibatários" ( seria uma tradução possível) é um filme que não pára aí nas suas reminiscentes referências a uma cultura vanguardista do século passado. Todo o clima do filme remete ao cinema francês, um pouco nouvelle vague, um pouco Resnais, mas com a incompatibilidade e desconforto próprias apenas dos coreanos. Ou seja, muito das "esquisitices" vem desta coisa asiática. Ao mesmo tempo há uma certo clima cômico, como se as coisas entre homens e mulheres não pudessem mesmo funcionar muito bem, algo um tanto quanto lacaniano este desencontro. Mas este Woody Allen coreano, foge do esquema ao dividir os desencontros não só na falta de jeito dos encontros, mas também na própria estrutura do filme. A mesma cena é vista de pontos de vista bem distintos, e um pouco como a comédia de Pirandello " aquilo é, se lhe parece", ficamos um pouco a mercê de uma verdade inexistente.

Não posso deixar de comentar que a bela Eun-ju Lee (na foto), um expoente do cinema coreano, suicidou-se em fevereiro de 2005, com apenas 25 anos. Triste.

Toda esta aura em torno desta obra em preto e branco, torna "A Virgem..." um cult. Esperem para conferir no Indie 2007.
  Francesca Azzi    quinta-feira, abril 12, 2007    7 comentários
 
 


Dreamachine: Pesadelo dos Filmes Estrangeiros nos EUA? (O texto acaba virando sobre outra coisa)
(via Indiewire.com)

O anúncio que fez tremer o mercado cinematográfico internacional foi a fusão das duas das distribuidoras mais influentes em âmbito global: a HanWay (encabeçada por Jeremy Thomas, que já produziu filmes de Bernardo Bertolucci, Terry Gilliam, Martin Scorsese, entre outros) e a Celluloid Dreams (presidida por Hengameh Panahi, adorada no meio por não restringir o seu approach a um ângulo puramente mercadológico, sempre agenciando filmes de diretores como François Ozon, Abbas Kiarostami e Takeshi Kitano) serão tranformadas na "gigante" Dreamachine, com o ex-Intermedia Tim Haslam como CEO. A previsão é que a Dreamachine inicie suas operações durante o Festival de Cannes próximo.

Porém, ao contrário dos amplos catálogos das duas empresas, a Dreamachine se restringirá a adquirir apenas 15 filmes, sendo apenas 4 ou 5 deles de língua não-inglesa. Essa estratégia tem o intuito de permitir à empresa maior envolvimento em projetos de maior escala. Isso significa um grande golpe para o cinema estrangeiro em águas especialmente norte-americanas, ao que estariam perdendo um importante canal de acesso ao território. Abaixo, a compilação das declarações de Panahi:

"Poderemos aumentar nosso envolvimento em cada filme, ajudar os diretores a realizarem filmes maiores, ajudar produtores a melhor produzir seus filmes internacionalmente e ajudar os distribuidores a melhor promoverem os filmes que traremos a eles. Mas o único problema para mim é abrir mão dos meus filmes menores, o que é difícil pois eu os amo. Ao mesmo tempo, eu percebo que não há mais economia para esses filmes. [ao adotarmos o filme menor e com menos potencial comercial] Nós estamos ajudando o mercado a ficar mais lotado e ajudando o distribuidor menor a ficar mais frágil."

Marie-Therese Guirgis, ex-presidente da defunta Wellspring, sintetizou o sentimento cinéfilo geral: "O que será dos Jias, dos Dardennes, dos Sokurovs, dos Panahis. Quem apoiará e distribuirá seus filmes?"

As declarações de Panahi não podem ser interpretadas como oportunistas, ao que nenhum dos filmes que estão sob a asa da Dreamachine podem ser considerados exatamente mainstream. Mas nomes como Todd Solondz, Todd Haynes, Ira Sachs e Richard Linklater já são estabelecidos no mundo cinematográfico (não que isso signifique que eles não poderiam usufruir de facilidades para produzir seus filmes) enquanto o cinéfilo anseia em poder descobrir novos nomes, novas linguagens. O que existe é o risco de um provincianismo cinematográfico - já existente na produção internacional e, agora, regendo a disseminação das obras. Panahi vê no tirar-o-time-da-Dreamachine-da-reta uma oportunidade do distribuidor menor adquirir os direitos de promoção de títulos independentes que a competição Celluloid-HanWay encarecia, o que em teoria até é bonito, mas tenho sérias dúvidas de que a banda tocará dessa forma.

"Todos estão se afogando em volume." Para Panahi e seu catálogo de 20+ filmes que "afogavam países com filmes de arte que não tem mais público." Tenho um problema com essa declaração. Com a Internet, creio que a cinefilia retornou com uma força até então desconhecida: não apenas o pensamento cinematográfico se disseminou como se democratizou (via blogues, e sites que remetem aos fanzines, mas com uma qualidade digna das melhores publicações profissionais), mas o acesso aos filmes tornou-se mais direto (via P2P, como as locadoras repletas de DVDs importados). Um elogio na Internet faz da espera por um filme que pode ou não chegar aos cinema locais insuportável - e isso nenhum distribuidor soube dinamizar: a janela entre lançamento nas salas e no home entertainment. Pois um filme que chega aos cinemas brasileiros (após ficar meses mofando na prateleira até encontrar um espaço entre as esparsas salas de cinema) já teve seu DVD importado transferido para a seção de catálogos. Essa é a principal paulada no êxito internacional dos filmes: de arte ou comerciais.

Outra questão toma forma nas expectativas nada realistas dos produtores que negociam seus filmes a custos altíssimos, por acreditar na possibilidade de lucro de sua obra em costas estrangeiras, quando os filmes certamente estarão relegados a um circuito limitado. Sem contar os lugares que não podem nem contar com um cinema de arte local que garanta ao espectador o acesso à obra. Mas quando os distribuidores americanos queixam-se que o cinema "estrangeiro" está em dificuldades no mundo inteiro, em termos de Brasil, é engraçado de ouvir. Entrevistado por Marília Gabriela, Leon Cakoff, da Mostra Internacional de São Paulo, declarava que o circuito brasileiro era o segundo melhor do mundo, perdendo apenas para a França. De fato, o circuito cinematográfico é algo que o brasileiro não dá muito valor e deveria; são os ingressos a preços absurdos e o (ainda) ridículo número de cinemas (ainda mais se lembramos que a grande maioria é voltada ao blockbuster) que o prejudica. O circuito dos EUA também é riquíssimo, mas acesso aos filmes estrangeiros apenas nas metrópoles - e em cinemas geralmente pequenos, antigos e distantes.

Anthony Kaufman, em seu blog, alerta: "amantes de filmes de língua estrangeira melhor fazer um upgrade no HD e nos softwares de seus computadores, pois é exatamente para lá que [os filmes menores] estarão destinados num futuro não-tão-distante. Agora, isso é uma coisa ruim? Não necessariamente." Claro, se essa filosofia americana imperar, aí sim é que o distribuidor menor se fode: o distribuidor ESTRANGEIRO menor, nos mercados onde os americanos, acreditem ou não, o cinema de língua estrangeira não apenas foi assimilado como representa a maior fatia dos mercado. O filme grego uploadado nos EUA que pode ser baixado no Brasil, na França, na Itália? Quem é que vai querer distribuir essa merda?

Todos vêem na distribuição digital (para cinema ou home entertainment) a saída para o filme independente não-hypado/estrangeiro, quando o download é o destino inevitável para todos os filmes, independentes de serem circuitão ou circuitinho (ou sem circuito algum). A preocupação é a janela para poder descobrir novos nomes, discutí-los, destacá-los. Panahi diz que a única outra opção para os filmes menores/estrangeiros são os festivais de cinema, o que sempre foi ponto pacífico, mas eu iria além.

Quando falamos do movimento Mumblecore, mencionei um artigo de Ella Taylor no semanário L.A. Times, do qual cito:

"(...) entre eles jovens bloggers de todo o país que (...) são um novo gênero de escritores. Muitos deles começaram a blogar porque são cineastas e se definem mais como comentadores ou 'anunciantes espalhando as boas novas' do que críticos. Muito mais do que uma fraternidade de velhos críticos rabugentos de jornal, os bloggers se vêem como parte de uma comunidade que inclui o elenco, equipe, ociosos da Internet e qualquer um que queira ouvir. Ainda assim, se isso é uma comunidade, é uma que se une por alienação e indefinição."

Em tal citação, podemos acusar: a) a ingenuidade de acreditar que não existam comunidades na imprensa dito respeitada e que seus repórteres não sejam movidos por jabás de quaisquer tipos, e; b) que uma voz crítica não possa surgir dentre os vários indivíduos que essa comunidade - que como ela próprio indica, não é fechada.

Todo filme que se preze precisa ter uma aura de antecipação o cercando e, atrapalhada que sejam as técnicas dos bloggers cineastas, eles fazem por onde e de maneira muito mais generosa do que a publicidade dos grandes estúdios e distribuidoras. É como se gentilmente convidassem o internauta que os descobriu a apreciar o filme no qual participou. Quando eles encontram um espaço, tal Aaron Katz que encontrou no Pioneer Theatre um lugar para a bem sucedida exibição de um mês de seu filme "Dance Party USA", o filme torna-se num evento que o espectador tem gosto de compartilhar, não é corriqueiro como os filmes que se oferecem pelas ruas. Percebo que não comentar sobre os filmes que exibimos no INDIE é um erro, pois não podemos indicar as mesmas fontes que nos fizeram ansiar por programá-los (oxalá esse blog nos dará chance de fazê-lo). Então o espaço é muito mais do que os festivais de cinema: é preciso mais do que uma ou duas semanas de imersão cinematográfica, precisamos do ano inteiro, precisamos de um terreno baldio, é preciso cineclubes, é preciso locais dedicados à cinefilia doentia onde seja permitido quebrar a programação convencional em prol do filme que merece ser descoberto. Toda casa e todo computador já o é hoje em dia, mas para o indivíduo apenas. É preciso a fisicalidade das comunidades virtuais, é preciso se reunir em torno da fogueira para "ouvir" essas histórias de duas horas. E são precisos mais, muito mais "filmes menores".
  Bernardo Krivochein    quarta-feira, abril 04, 2007    8 comentários
 
 
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